Amaral que vem pra bem...?
Os anos eram de chumbo ainda. E do grosso. De tudo fazendo para não perderem o poder - a credibilidade já havia ido pelo ralo ... - os militares que governavam o Brasil, fugindo ao escrutínio popular, como se foge hoje de debates públicos, mantiveram as designações de governadores estaduais, de puro cagaço das urnas.
Assim, com o filho do Pastor alemão em fim de mandato presidencial, e um novo quatro-estrelas cavalar já escolhido para o suceder, vinha sendo feita a escolha dos pleiteantes aos cargos de governos estaduais, com a condição explícita e juramentada de que fossem arenosos, todos, sem exceção.
No caso do Rio Grande do Sul eram três os postulantes ao mandato à frente do Palácio de Piratini: Nelson Marchezan, político tradicional, de seus quase dois metros de altura; Nestor Jost, ex-Presidente do Banco do Brasi, mediano de estatura, habilidoso com as finanças alheias; e, finalmente, Amaral de Souza, homem do interiorzão, que de semelhança com o fulgurante cantor Teixeirinha, além de eufemisticamente, meão de estatura, tinha o gosto pelo chimarrão e pelas bombachas...
A escolha geiseliana recaiu sobre Amaral de Souza...por razões que hão de estar guardadas nos arquivos secretos de
Ernesto, ou foram com ele para o oblívio sepulcral...
O Senador gaúcho Paulo Brossard, da oposição, homem de graves convicções e de um sarcasmo cortante, indagado por insinuante jornalista sobre a escolha para o Governo de seu Estado, respondeu, com ainda mais aguda convicção:
- É minha filha, dos males, o menor...