Hábitos estranhos
Chicletinho bebia muito. Todos os dias, lá ia ele, na direção da barraca de estimação. Depois da quinta, sexta doses, Chicletinho se deitava no chão: pronto! Ali acabava o dia dele.
S. Chico, dono do bar, ficou comovido, e resolveu levar Chicletinho ao médico. Foi ao posto de saúde, pegou uma ficha, marcou a consulta. Dali a sete dias (sete dias???? Poxa, nem parece o SUS), muito a contragosto do alcóolatra, S. Chico chegou com ele ao posto.
- Bom dia, Chicletinho.
- Bom dia, doutor.
- O que houve?
- S. Chico quer me convencer a parar de beber, aí me trouxe aqui. Será que eu consigo?
- Consegue, consegue sim. Basta ter força de vontade, arrumar uma ocupação e tomar uns remédios.
- Mas eu vou ter que parar de beber de uma vez por todas, é, doutor?
- Não, não. Mas uma só, uma vez perdida, assim como quem toma um banho.
Passados uns dois meses, o médico reencontra S. Chico na feira:
- Bom dia, S. Chico? Tudo bem? Cadê Chicletinho? Tá melhor?
- Bom dia, Doutor. Chicletinho morreu faz uns vinte dias.
- Morreu? Mas morreu de quê?
- A gente acha que foi de aguardente mesmo...
- Mas ele não queria parar de bebe, não era?
- Era, era sim. Mas ultimamente estava com uns hábitos estranhos.
- Hábitos estranhos? Que hábitos?
- Somente num dia, ele tomou 28 banhos...