ETA PORTUGUÊS DANADO!

Além da conhecida contradição entre “calçar as botas” e “botar as calças”, nosso querido idioma dá margem a muita dubiedade, como refletem as seguintes frases:

O crítico literário questionava como certos poetas podem ser tão prosas.

Os que temem os abalos das placas teutônicas devem aplacar seus temores: se o mundo acabar num terremoto, vai ser uma vibração só!

O viajante, de partida, tinha o coração partido e, por isso, ao despedir-se, a alegria dos amigos não era compartida.

Muitos advérbios de modo são enganosos: o que diz fiel, mente; o que diz honesta, mente; o que diz gentil, mente; e assim quase infinitamente...

Sem paixão não se pode viver, mas com paixão tampouco se deve contar como certo.

Esperança pediu ao patrão que a dispensasse naquela tarde. Ele respondeu, algo desalentado, que, embora não se dispensem, as esperanças vão embora.

Embalar a dor de quem sofre não é tarefa para qualquer embalador.

Aquele peão tomou pião na unha ao ser demitido por espionagem e mais ainda quando erroneamente reafirmaram que era um ex-pião.

Com paradas tão frequentes, essa longa viagem não tem comparação!

Tá tudo caro! O óleo, então, custa os olhos da cara.

Ante a iminente detenção, de tensão sucumbiu o eminente criminoso.

Após perder cinco safras de milho, o agricultor abandonou o campo, humilhado.

À exceção dos pontos de confluência de veículos, o trânsito segue com fluência.

Quando o marido lhe perguntou por que ia tanto àquele armarinho, a mulher explicou que era recomendação médica. Seu ginecologista dissera que o ar marinho faz bem à saúde.

O botânico afirmou que as plantas só emitem sons depois de grandes. Quando pequenas, são mudas.

O professor de ortografia explicava ao aluno, pacientemente, que “japonês” não é uma espécie de cavalo. “Já pôneis, sim!”

Quem segue instruções à risca, arrisca-se às vezes.

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Preparem-se porque em breve vem mais.