Jogo de truco

Compadre Zeca e compadre Bento faziam uma longa viagem de trem quando o compadre Zeca diz:

Cumpadre Bento, bem que nóis pudia joga um truco pra passa a hora né,

pus é cumpadre Zeca si nóis num tivesse squicido o barai inté qui dava memo!

Pra que barai home vamo joga sem carta uai!

Mas cumé qui vamo joga sem carta cumpadre Zeca? num dá!

Ara da sim cumpadre, sior num querdita neu?

Querdita inté querdito! Mais... Pus intão cumpadre Bento, si alembre do tempo que faiz

Qui nóis é amigo, si o cumpadre dize que é um treis a di se um treis e si dize que é o gato a di se o gato! Intão vamo.

E começaram o carteado, pareciam dois loucos jogando truco sem cartas!

Sua veiz de da carta cumpadre, uma pro ce uma pra eu, uma proce uma pra eu, vou virar, viro quatro cumpadre, cinco qué é bão!

E la vai um doizinho, é cumpadre ganhei a minha é spadia!

E truco daqui e truco dali, deu negão de sete partidas onze a onze no placar e o “baralho fictício” na mão do compadre Zeca que tivera a idéia da trucada sem carta.

Compadre Zeca “dando cartas” e já anunciando o derrotado:

Sio cumpadre num mi cunhecesse como cunheci ia dize qui to robano, é, mais o cumpadre sabe, cartiado de onze na minha mão é derrota certa!

E gesticula como se lavantasse as cartas da mesa e diz: É cumpadre Bento num teve jeito, to de casar maió, zape e sete copa na mão acho que o ce perdeu!

Compadre Bento meio desconfiado diz:

Sinto muito cumpadre Zeca mais quem perdeu foi vós mi ce!

E retruca o compadre Zeca: Acho que oce num intendeu, to de casar maió homi!

É mais o cumpadre mi deu QUATRO CARTAS!