Sacanagem
Último aviso: este texto não é recomendado para menores de 18 anos.
O local ficava num bairro afastado. Olhei o relógio: 3 horas da manhã. Porisso talvez quase ninguém no hall de entrada, apenas um sujeito deitado no sofá, visivelmente embriagado. A farra devia ter sido ótimo, muita mulher e cerveja, a julgar pelas marcas de batom no colarinho e o vomitado na camisa e na calça. Uma chuva das 9 às 2 da manhã deixara poças dágua na calçada onde o luminoso da lâmpada vermelha se refletia.
A mocinha no balcão, assim que entrei, deu um sorriso convidativo. Jovem ainda, 20 e poucos anos, ruiva, olhos claros, cabelos longos amarrados e uma tiara no topo.
- Nós estávamos esperando o senhor! – quase sussurrou.
Isso tinha explicação: eu havia telefonado antes. As pessoas devem se precaver em casos assim. De repente, você pode encontrar pessoas conhecidas no local e isso é chato, muito chato. As pessoas podem sair falando por aí e a notícia se espalha.
Ela saiu de trás do balcão, apanhou-me pela mão,carinhosamente, não sem antes comentar sobre o sujeito bêbado no sofá, dele ter exagerado um pouco.
- Antes de vir aqui, esses caras enchem a cara e nós temos de agüentar.
Concordei em silêncio.
- Ainda quando é só álcool – resmungou a mocinha – tudo bem! O pior é quando se entopem de drogas. Noite dessas a Mariana quase se viu obrigada a chamar a polícia.
O contato da mão dela, o ambiente, a excitação pelo que ia acontecer depois, eu senti minhas partes baixas tremerem, como se uma febre tivesse tomado posse delas. Disfarçadamente toquei com a mão. Duro. Duro e latejante, como se houvesse um coração pulsante dentro dele.
Ela abriu a porta do quarto. Um cheiro indefinido de aromas no ar.
-Tire a roupa! – disse sem pestanejar.
- Toda? – perguntei.
- Se quiser fique de cueca por enquanto. – aí deu um sorrisinho maroto:- Mas vai ter de tirar depois.- e acrescentou:- O senhor não querer que façamos o serviço com ela? – e olhou na direção do troço, que deu uma latejada.
Ela na porta me olhando, despi-me. “Deite-se aí e relaxe.”
Aí percebi que o negócio estava latejante. Discretamente levei a mão. Cumpadi, como estava duro! Dava até impressão que estava cheio de cimento por dentro. Como é que pode?
Ouvi passos. A maçaneta da porta abriu-se e quem entra? A mocinha que havia me levado para ali e outra ainda mais bonita. Cabelos loiros longos amarrados com uma fita, pouca maquiagem, roupa branca.
- Como está o meninão? – perguntou mais para a moça que para mim.
- Bem. Ele está bem.- complementou. – Um pouco nervoso. Primeira vez? – para mim.
Fiz que sim com a cabeça. Estava completamente nu num quarto, com duas mulheres lindas. Nessas horas o pensamento não costuma funcionar direito.
Foi aí que as duas chegaram mais perto da cama. A recém-chegada desceu minha cueca e colocou na mesinha ao lado. Depois, com mãos firmes apertou o negócio. Fiz um “ai” quase imperceptível.
- Está no ponto! – ela disse para a outra, um meio sorriso nos lábios.
Só aí apanhou o bisturi e rasgou o tumor na minha virilha. “Sem anestesia”, explicou em voz baixa, “porque está com muito pus”.
Pst:- Vocês pensavam que era o quê? Sacanagem???
E quer mais sacanagem que um furúnculo na virilha, bem ali, pertinho?