Uma pessoa contaminada pela Covid-19 num supermercado de Marília

Num programa jornalístico de televisão aqui de Marília, chamado “Ponto de Vista” (TV Cidade Marília, Canal 9, diariamente às 18h30), em 08/07/2021, o apresentador Jô Fabiano, entrevistando o secretário municipal de Saúde, Cássio Luiz Pinto Júnior, sobre os problemas da pandemia na nossa cidade, contou um caso tão inusitado e pitoresco que lhe foi contado por uma pessoa, que concluí ser um daqueles casos emblemáticos que poderíamos qualificar de trágicos, se não fossem cômicos.

Por isso classifiquei este texto na categoria de humor.

A pessoa contou ao Jô Fabiano o seguinte. Que ela soube de uma segunda pessoa, de suas relações, que esta recebera, pelo WhatsApp, a mensagem de uma amiga que lhe informava que testara positivo para a Covid-19.

A segunda pessoa estava, um dia, num supermercado, quando avistou dentro dele a amiga que lhe informara, pelo WhatsApp, estar com a Covid-19. Alarmada, ela foi correndo avisar a direção do supermercado.

Esta não titubeou. Imediatamente, fez anunciar pelo alto-falante a todo o salão que havia uma pessoa contaminada na área, e que a mesma deveria imediatamente retirar-se do supermercado, caso contrário a polícia seria chamada para prendê-la.

Passado um tempo após este dramático e inusitado aviso, foram encontrados, abandonados pelos corredores, dez carrinhos carregados de compras.

Ficou para sempre aquela dúvida insolúvel que, de vez em quando, nos acomete diante das diversas versões de um fato, tema que tão brilhantemente foi explorado pelos filmes “Rashomon” (Japão, 1950, de Akira Kurosawa) e “Eu, Tonya” (EUA, 2017, de Craig Gillespie).

As dez pessoas que abandonaram os carrinhos estavam todas contaminadas (seria a solução horrorosa, nas circunstâncias) ou nove se escafederam apavoradas com a pessoa contaminada (supondo-se que esta também se escafedeu)?

Deixo para você, leitor, decidir qual é a sua versão.

(Se alguém quiser saber algo pessoal que me aconteceu sobre esse assunto da dúvida insolúvel, escrevi uma crônica chamada "Dúvida cruel", em 14/10/2015, na qual comento, numa nota, a incrível história real da patinadora norte-americana Tonya Harding, que inspirou o filme "Eu, Tonya")

Paulo Tadao Nagata
Enviado por Paulo Tadao Nagata em 10/07/2021
Reeditado em 15/07/2021
Código do texto: T7296665
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