Piadas para rachar o bico volume 2
Caros leitores, aqui o trabalho do escritor foi o de selecionar e adaptar algumas anedotas populares transmitidas por meio da oralidade para o formato textual. Certas situações absurdas do cotidiano também dão ensejo a novas piadas.
Esclareço que alguns pequenos fatos estão naturalmente sujeitos a variações, contudo, nada que venha a comprometer o desfecho cômico, e por vezes irônico, das narrativas. Boa diversão!
O TURISTA E O CAIPIRA
Um turista norte-americano que pilotava um carro alugado numa movimentada avenida do Rio de Janeiro, num momento de pura distração, bateu violentamente na traseira do automóvel da frente, ocupado por um caipira de pavio curto, que dirigia em baixa velocidade.
Depois do violento choque o motorista norte-americano saiu do carro tranquilamente, deu um sorrisinho meio sem-graça e disse:
— Hello!
O caipira saiu do veículo bufando de raiva. Deu uma boa olhada no seu velho Corcel II avariado e disparou:
— Relou nada, massô foi é muito, sô!
COISA DE PIRATA
O pirata da perna de pau, da mão de gancho e do olho de vidro contava, todo prosa, suas aventuras aos novatos marujos:
— Sabem como adquiri minha perna de pau? Certa vez eu e meus antigos marujos enfrentamos uma tormenta, caí do barco e nisso, veio um enorme tubarão e devorou a minha perna. A tripulação ficou espantada e o temido pirata prosseguiu:
— Sabem como adquiri o meu gancho, seus vermes? Eu lutava com sete homens que queriam tomar o meu barco, de repente um daqueles cães decepou a minha mão esquerda com um golpe de espada. Mesmo lutando apenas com uma mão, consegui mandar os sete pro inferno. Depois de narrar seus feitos o capitão se calou. Meio receoso, mas sem conseguir domar sua curiosidade, um dos novatos marujos se arriscou a perguntar:
— E o olho de vidro, capitão, como o conseguiu? Apanhado de surpresa e um tanto desconcertado, o pirata respondeu:
— Foi cocô de pombo, seu verme! Fui limpar a porcaria que o pombo fez no meu olho.
— Como assim, meu capitão, não entendi? — voltou a inquerir o marujo. Com uma expressão de fúria o chefe do bando de corsários gritou:
— Era o primeiro dia que eu usava o maldito gancho.
ENTREVISTA DE EMPREGO
O homem chegou todo animado para uma entrevista de emprego, até que ouviu algo do entrevistador:
– Nós agradecemos imensamente pela sua presença, mas infelizmente o senhor chegou tarde.
— Cheguei às cinco da manhã.
— Sim, mas chegou muito tarde.
— Fui o primeiro da fila, meu senhor.
— Ah, eu sinto muito mesmo! Mas como já disse, o senhor chegou tarde. Confuso e impaciente, o entrevistado indagou:
— Escute aqui, amigo, já falei que cheguei às cinco da manhã e que fui o primeiro da fila, então por que insiste em dizer que eu cheguei tarde?
— É que estamos procurando por alguém mais jovem. O senhor chegou tarde na idade.
BARRIGUDA
Sonhadora e ingênua, a moça decidira tentar a sorte na cidade grande depois de anos vivendo na fazenda. Os donos da imensa propriedade eram gordinhos e assim o pessoal das redondezas apelidou o lugar de fazenda Barriguda.
Na cidade a moça iniciou um curso de corte e costura, porém, sua instrutora disse que ela era um verdadeiro desastre na costura. Um dia, passando por uma passeata, cansada e desiludida da vida na cidade grande, a jovem mulher tomou o megafone da mão de um dos manifestantes e desabafou:
— Não quero mais saber de cidade grande. Não faz nem três meses que estou aqui, já fui assaltada duas vezes, levei pau no corte e agora tô voltando pra fazenda Barriguda.
O CORONEL E O PROFESSOR
No tempo em que os coronéis mandavam em muitos municípios, o filho do coronel Pedrosa era preguiçoso e disperso na escola, e estava ameaçado de repetir o ano. Então o coronel, acompanhado por dois jagunços, foi até a casa do pobre professor a fim de intimidá-lo:
— O meu menino é muito inteligente, professor, puxou ao pai. Então eu vim lhe dar um aviso, é bom que o Paulinho passe de ano, porque se ele repetir o ano, eu garanto que o senhor também não passará deste ano — disse o velho coronel olhando para seus capangas.
Desesperado, correndo risco de perder a própria vida, o professor só pensava numa forma de fazer aquele garoto nada dedicado aos estudos não repetir o ano, até que finalmente chegou a esperada oportunidade.
Aproveitando que o filho do coronel Pedrosa olhava distraído pela janela da sala de aula, o mestre propôs:
— Classe, valendo nota de zero a dez, o nosso estimado Paulinho irá nos fornecer dois exemplos de pronomes usados na língua portuguesa.
— Quem, eu?
— Parabéns, Paulinho! Tirou dez.
STF
O ministro Gilmar Mendes quer a suspeição de Deus e a anulação da Lei da Gravidade, motivo alegado pelo magistrado: "Veja, no meu entender essa lei é totalmente arbitrária, pois mantém o paciente preso à Terra por tempo indeterminado, e o juiz natural, um tal de Deus, não aceita julgar nenhum habeas corpus impetrado pela defesa. Penso que a segunda turma deva reexaminar urgentemente a questão".
A SAIDEIRA
O repórter de uma emissora de TV perguntou ao cacique:
— O homem branco ainda representa uma ameaça para os povos indígenas?
— Sim, homem branco queima as matas e a nossa caça, polui o rio, destrói a floresta, traz doença pra tribo, come as índias e faz filho nelas, e o pior de tudo: homem branco dá smartphone de presente pro índio, mas não coloca sinal de internet na aldeia. Aí como o índio vai acessar o WhatsApp, o Facebook e o YouTube?