Nietzsche me curou novamente
A doutrina do eterno retorno é um processo seletivo, um mecanismo de atribuição de valor, uma forma de operar uma seleção: triagem dos instantes de vida que merecem ser vividos, proposta de procedimento intelectual com vistas a separação dos instantes de vida exitosos, separando a vida onde foi enfraquecida frente a uma vida intensa e grandiosa. Diz Nini que é no seio do terreno, nesta vida, distinguir o que vale ser vivido e o que merece perecer. É na vida que podemos distinguir a vida que vale e a que não vale ser vivida: "É no seio do terreno sobre esta terra, nesta vida, que é preciso distinguir o que vale a pena ser vivido e o que merece perecer. Se em tudo aquilo que queres fazer, começares a te perguntar será que quero mesmo fazê-lo um número infinito de vezes? Isso será para ti o centro de gravidade mais sólido.
Minha doutrina ensina: Vive de tal maneira que devas desejar reviver. É o dever. Aquele cujo esforço é a alegria suprema, que se esforce. Aquele que ama, antes de tudo, o repouso, que repouse. Aquele que ama, antes de tudo, obedecer e seguir, que obedeça. Mas que saiba bem aonde vai a sua preferência. E que não recue ante a nenhum meio. É a eternidade da vida que está em jogo. Essa doutrina é amável para aqueles que não acreditam nela. Ela não possui nem inferno, nem ameaças. Aquele que não acredita, sentirá, em si, apenas uma vida fugaz”. Fragmentos da obra “Vontade de Potência”, de Friedrich Nietzsche, 1881.
O querer de quem vive é o critério para repetir infinitas vezes, pois sofrermos mais na imaginação do que na realidade. Escolha não ser atingido e não serás atingido, não se sinta atingido e não terás sido. Porque os Flintstones comemoram o natal se eles viviam antes de Cristo? Crianças fazem brinquedo da falta e adultos inventam o nada que é uma grande falta, tipo Carpinejar que chora para trocar de fronha! Há, tem mulheres que alimentam o patriarcado e a raiva não faz manteiga. A felicidade nos vulgariza, já dizia Rita Lee!