Os cacoetes dos marx-filosofistas
Antes de mais nada, devo explicar a expressão marx-filosofista.
Na verdade ela é pleonasmo porque filosofista é alguém que pretendeu ser filósofo e ficou no meio do caminho. E um marxista que pretende ser filósofo só pode ser filosofista porque o marxismo é uma espécie de viseira intelectual que faz com que os seres enxerguem a realidade de uma forma difusa.
Então, quando um filosofista resolve escrever um texto ou um livro que trata de Filosofia ele adota certos recursos que são comuns entre eles.
Esses recursos remetem a imagem de quem sofreu um trauma, entrou em estado de choque e fica repetindo palavras e expressões sem nexo.
Esses cacoetes são principalmente preferência pelo uso da ênclise, repetição de palavras e uso de verbos e adjetivos como substantivo.
Vejamos alguns exemplos:
- “Ao objetivar seu mundo, o alfabetizando nele reencontra-se com os outros e nos outros, companheiros de seu pequeno “círculo de cultura”. Encontram-se e reencontram-se todos no mesmo mundo comum e, da coincidência das intenções que o objetivam, ex-surge a comunicação, o diálogo que criticiza e promove os participantes do círculo;”
“objetivar”
“os outros e nos outros’
“Encontram-se e reencontram-se”
“ex-surge”
“criticiza”
- “A objetividade dos objetos é constituída na intencionalidade da consciência, mas, paradoxalmente, esta atinge, no objetivado, o .que ainda não se objetivou: o objetimável’’;
repetição de palavras;
“objetimável”
- “É presença e distancia do mundo: a distancia é a condição da presença. Ao distanciar-se do mundo, constituindo-se na objetividade, surpreende-se, ela, em sua subjetividade.”;
- “Totalizando-se além de si mesma, nunca chega a totalizar-se inteiramente, pois sempre se transcende a si mesma.”.
As pérolas acima foram tiradas da ostra “Professor” Ernani Maria Fiori, no prefácio da 17ª edição do livro Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire.