ENCOMENDAS A ESMO
“A uma obra que andou de ceca em meca”
“Coar areia (joeirar o mar)”
Eis o que faz esta prenda
Na hora do distribuir
Num corrupio de ir e vir:
Neste evento de espantar
Para quem a reprimenda?
Tanta areia, tanto mar
Na busca de um receptor
À laia de cataventos
Há que joeirar os ventos
Para tudo endireitar
E não haver mal maior…
Quem espera desespera
Fica cego na miragem
De poética recepção…
Coar e joeirar tal confusão
É uma graça que tempera
Na proposta da viagem.
Ele há encomendas a esmo
Ou haverá brios a menos?
Pelos becos do desvelo
Vá para longe o atropelo:
Vira o disco e toca o mesmo
Carpe diem de somenos!
O andar de ceca em meca
Desvirtua o fornecedor
E o Autor fará vista grossa
Na areia de tal carroça:
O sistema perde estaleca
E desvaloriza o criador…
Frassino Machado
In ODIRONIAS