A BUNDA E O BOLSO

"A dialética do interesse é quase sempre mais poderosa

que a da razão e consciência"

(Marquês de Maricá)

Fantasia nascida do visual regalo

Ai! Que delícia!

Seria, pois parida d'útero d'atenta imaginação?

Oh! Pode ser que sim, pode ser que não! Deveras qu'eu não sei...

Todavia, par'ela - a fértil imaginação - tão real! (e por que não?)

Do que de antemão goza... pelo que não toca ou apalpa

Mas, somente... vê

Seria, quem sabe, um lampejo da própria eternidade?

Ó alma a que se acaricia pelo que não se tateia

Mas que se felicita pelo qu'ela tão vê e assiste

Neste vital instante em que lhe fascina os seus vivos olhos

(Todavia, somente os "masculinos olhos")

Do místico prazer no apreciar da bunda d'uma linda mulher

Pelo qu'em tal grau ela encanta e arrebata o seu olhar

Ah! A bunda feminina...!

Com todo o poder de seu bruxedo... de sua macumba

Diante de nós, miseráveis homens nest'exílio... neste mundo

Porém, a mulher não avista ou mira a bunda d'um homem

Ao que quando então olha o seu traseiro vê tão somente o seu bolso

No imaginar do que nele se possa ter:

Dinheiro, talão de cheques, cartões de crédito...

Resumindo:

Diante de seus olhos, o homem contempla da mulher a sua bunda

E a mulher vê no traseiro do homem... apenas o seu bolso

************************

11 de janeiro de 2020

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 15/02/2021
Reeditado em 15/02/2021
Código do texto: T7184746
Classificação de conteúdo: seguro