A BUNDA E O BOLSO
"A dialética do interesse é quase sempre mais poderosa
que a da razão e consciência"
(Marquês de Maricá)
Fantasia nascida do visual regalo
Ai! Que delícia!
Seria, pois parida d'útero d'atenta imaginação?
Oh! Pode ser que sim, pode ser que não! Deveras qu'eu não sei...
Todavia, par'ela - a fértil imaginação - tão real! (e por que não?)
Do que de antemão goza... pelo que não toca ou apalpa
Mas, somente... vê
Seria, quem sabe, um lampejo da própria eternidade?
Ó alma a que se acaricia pelo que não se tateia
Mas que se felicita pelo qu'ela tão vê e assiste
Neste vital instante em que lhe fascina os seus vivos olhos
(Todavia, somente os "masculinos olhos")
Do místico prazer no apreciar da bunda d'uma linda mulher
Pelo qu'em tal grau ela encanta e arrebata o seu olhar
Ah! A bunda feminina...!
Com todo o poder de seu bruxedo... de sua macumba
Diante de nós, miseráveis homens nest'exílio... neste mundo
Porém, a mulher não avista ou mira a bunda d'um homem
Ao que quando então olha o seu traseiro vê tão somente o seu bolso
No imaginar do que nele se possa ter:
Dinheiro, talão de cheques, cartões de crédito...
Resumindo:
Diante de seus olhos, o homem contempla da mulher a sua bunda
E a mulher vê no traseiro do homem... apenas o seu bolso
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11 de janeiro de 2020