O POBRE RICO
Se nós pobres parássemos pra pensar, talvez deixássemos de reclamar tanto de nossa situação de penúria. O pobre tem muito mais possibilidades de ser feliz que os ricos. Como muita coisa nos falta, é bastante conseguir comprar uma delas para que nos sintamos absurdamente felizes. Pode ser um simples fogão, uma geladeira, um celular, uma roupa nova, uma bicicleta, qualquer coisa nos deixa felizes. O rico, por sua vez, já tendo tudo que deseja, acaba por achar a vida uma chatice. Vejamos duas situações, a título de exemplo.
SITUAÇÃO 1: Domingão de sol, a esposa fala para o maridão:
- Charles, vamos pegar o helicóptero e passar o dia lá na nossa ilha. Estamos precisando de tomar um sol.
O marido, sentado no terraço, já no seu segundo whisky, responde:
- Esquece isso, mulher. Vai ser aquela mesmice. Vão chegar aqueles amigos chatos falando de negócios ou de política. Estou farto disso. Chame o piloto e vá você. Diz lá que eu não fui por que fiquei.
SITUAÇÃO 2: O mesmo domingão, a mulher fala para o marido:
- Zé, Fiz uma farofa que está uma coisa! A gente podia juntar com aquele resto de frango de ontem e dar uma chegada na praia. Se a gente for logo, o buzão ainda não vai estar tão cheio.
O marido responde na maior animação:
- ‘Tava pensando nisso mesmo... aproveito e levo aquela meiota que eu estava guardando pra uma hora dessas!
Viram? É por isso que parei de jogar na mega sena. SER RICO NÃO VALE A PENA! SÃO UNS COITADOS!
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Agradeço as interações dos poetas Herculano e Arnor.
O poeta e o capitalista
Vivia um poeta, no mundo da lua,
plantando fantasias nos jardins do céu,
a navegar, nos seus barquinhos de papel,
pelas águas das chuvas que caem nas ruas.
Vivia o seu vizinho, um capitalista,
plantando ninharia por outros jardins:
moedas, dividendos, lucros e afins...
sempre plantando à prazo e colhendo à vista.
Um dia, quando a lua era lua nova,
os dois se encontraram no azul celeste.
Então, disse o poeta: “o que tu fizeste?”
“Amealhei fortuna e trouxe pra cova.”
“E tu, pobre poeta, o que fizeste?”
“Amealhei milhões de amores numa trova”.
Herculano de Alencar
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O rico na sua pobreza
O pobre na sua riqueza
Jota pode ter certeza
Só um trocaria de mesa
Arnor Milton