Repente do Grinch
Lá vem de novo o velhote
Sorriso de rato matreiro
Comer até as migalhas
Do seu décimo terceiro
No país verde amarelo
Ele vem branco e vermelho
P'ra tomar soco no saco
E aturar playboy pentelho
Vermelho é cor do perigo
Atenção meu pessoal!
Olha a rã mais venenosa!
Olha as cores da coral!
No país Tropicaliente
Da praia, de sol e da bola
Vem trenó, e neve e renas
E mil litros de coca-cola!
Sentado em seu velho trono
Calor de 40 graus
Com maquiagem suada
E traje de frio invernal
Numa compensação macabra
Por pais quase sempre ausentes
Dá aos seus piores filhos
Os seus melhores presentes
Depois do janeiro preto
É que a gente vê pr'onde vai
Netos infectaram avós
Filhos passaram pros pais
Se o sul tomasse tino
Mesmo que a contragosto
Natal pr'o povo latino
Seria entre junho e agosto
Quero de volta o duende
Magrelo reaparecer
Para pular fogueira "de boa"
Fazer floresta reflorescer
Arrastando seus sapatinhos
No xote, forró e baião
Comendo batata doce,
Mandioca, quadrilha e quentão
E no finalzinho da noite
Desaparecer sem deixar pista
Sem rena, sem trenó, tal Curupira
E sem consumo capitalista.