CORONA DESAVERGONHADO
“Coisas e loisas da pandemia”
O Corona perdeu a crista
Já não há mal que lhe resista!
Apareceu meio à socapa
Duma forma quase imprevista,
Na cidade ou bairro de lata
O Corona perdeu a crista.
Matreiro, entre todos os vírus
Com o lugar cimeiro da lista,
Indiferente aos ais e suspiros
Já não há mal que lhe resista.
Corona desavergonhado,
Observando de cima a baixo
Pôs os cotos em todo o lado
Quer haja cuidado ou desleixo.
E se mais houvera d´ haver
Antes desertar que morrer.
Quis incomodar os ricaços
Mas sentiu-se desinfectado
E para não perder os passos
Fez-se mais desavergonhado:
Não querendo saber do perigo
Foi-se ao pobre e ao sem-abrigo.
Ficam-se a rir os Maiorais,
Julgando o vírus ser bizarria,
Vão-se às vivendas e aos quintais
Coisas e loisas da pandemia…
Qu´ a Santa Corona nos livre
De tão miserável Covide!
Se o Corona perdeu a crista
Com este vírus que gerou,
Não tendo mal que lhe resista
Sabe-se lá quem co´ ele lucrou?
Frassino Machado
In ODIRONIAS