A destinação do dízimo
Três eminentes líderes religiosos de uma comunidade reuniam-se regularmente para a discussão de assuntos teológicos, morais, éticos e práticos de seus ministérios. Um padre, um pastor e um rabino.
Numa dessas sessões suscitou-se a questão do dízimo, mais particularmente de sua destinação.
O padre tomou a palavra e explicou o seu procedimento: colocava toda a arrecadação numa bacia e a levava para um sacrossanto recinto de sua casa paroquial, onde, traçava uma risca de giz no piso de vermelhão, de uma parede à outra. E efetuada a prece do agradecimento, tomava da bacia e projetava todo o seu conteúdo para o alto: todo o dinheiro que caísse à direita da risca, de direito, era do Pai. O que ficasse à esquerda ia
para a despesas pessoais que o padre houvesse por bem determinar.
O pastor - naturalmente o fato se passou antes da introdução dos cartões de crédito - falou de procedimento que coincidia quase totalmente com o do padre. A única diferença é que ao invés da risca longitudinal, ele traçava também a giz, um círculo no centro do recinto e que o dinheiro que caísse dentro desse limite era só de Jesus. O que caísse extra-muros, de direito, lhe pertencia.
Terceiro a falar, o rabino foi mais sintético, ressaltando apenas que não mesclava hábitos humanos com os divinos e que até economizava geometria e giz no processo: tão-somente proclamava que lançava todo o conteúdo da bacia aos ares, e tudo que o Criador pegasse lhe pertencia... a ele, rabino, só competia, humildemente, o que ao piso caía...