“Pra que é?”
04/11/2020
293 - SCRÇGR
Diariamente tomo muitos remédios. São para: ansiedade, bipolaridade, ácido úrico, pressão, colesterol, varizes, entre outros. Divido a dosagem conforme o medico receitou: uma parte logo após o café da manhã, e outra, antes de dormir. Vamos envelhecendo e o corpo padecendo, sinais de nossa caminhada final, quiçá com saúde, pois espero que todos eles me ajudem a chegar assim!
Então, um fato hilário e inesperado aconteceu com a minha mulher, em uma manhã ao final de nosso desjejum:
Tomávamos café puro, quente e cheiroso em xícaras grandes - ela tem fixação e coleção delas - e conversávamos sobre o nosso dia a começar. Aliás, nada de especial, pois somos aposentados e nossa rotina é igual dia a dia, quer na semana, quer nos finais de semana ou feriados: a mesma.
Peguei a caixa dos remédios, ou melhor, um tupperware grande, onde coloco todos eles fora das suas embalagens, para saber o seu consumo. Separei os da manhã e comecei a brincadeira.
O primeiro deles, um pequeno e caro comprimido para a ansiedade. Comecei a agir como se fosse um doido:
-Dai, dai, dai... Pra loucuraaaa! - mostrando-lhe a pequena droga, que engoli com um gole do café. Ela sorriu da brincadeira com a sua xícara na mão.
Depois, peguei o para a pressão arterial e brinquei como se tivesse tido um AVC, entortando a boca com um dos braços paralisados:
-Pro coração! - com a voz pastosa. Mais um gole do gostoso café e goela abaixo com ele.
-Para com isso. Deus castiga hein Fernandinho, vai ficar torto! - replica ela.
Seguindo, o para as varizes - uma capsula ovalada parecendo um mini supositório, mas não fiz nenhuma encenação. Ela estranhou.
-Ué, não vai ter teatrinho Fernandinho? Pra que é?
Tomei-o com outra golada, quando de chofre lhe falei:
-Pro Cú!
Ela me encarou com a boca cheia, acabara de beber um bom gole, e segundos depois, expulsou todo o liquido em uma gargalhada forte e longa, molhando todo o chão, respingando um pouco em mim.
Rimos gostosamente por um bom tempo, ela quase chorando de tão inesperada e engraçada fora a minha resposta e a sua reação. Depois que nos acalmamos, ela disse:
-Olha que parece mesmo um mini supositório o comprimido! As risadas seguiram.
Agora, todas as vezes que tomo esse remédio, ela me olha e ri lembrando-se da cena e do que eu disse para o que era.
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