AD RETRO HALLOWEEN
“Halloween 2020”
Ad retro Halloween, ad retro!
Ó estranho dia enfatuado
Que, em si, fingindo de afecto,
Consegue ser endiabrado.
Se a alma se torna frágil
Porque ela se pôs a jeito ,
Logo surge negócio ágil:
Ad retro Halloween, ad retro!
Quando os humanos são fracos
Num horizonte falhado
Toda a vida fica em cacos…
Ó estranho dia enfatuado.
Negócio é sempre negócio
Qualquer humano é discreto
Enche-se o espírito de ócio
Que, em si, se finge de afecto.
Mas se ele se torna refém
Vendo-se mais explorado
Fingindo que é alguém
Consegue ser endiabrado.
Não há ficção que resista
A esta comédia medonha
Até a bruxa perde a crista
Se a Festa fica enfadonha.
Gato preto, cruzes canhoto,
Com ruídos e gritos fatais,
O negócio, esse, ficará roto
Se não há patacos a mais!
Cuidado, qu´ anda na rua
Outro Halloween fingido,
Mascarado de Covid, flutua,
Com suas mãos de bandido…
E há tanto bandido perverso
Nas bancas de praça em praça,
Põem as máscaras do avesso
E não se descobre a desgraça…
A história tem comprovado
Que, num palco de doença,
Logo alguém fica instalado
A lucrar co´ a malquerença.
Num torpe ambiente de medo
Não vale a pena carpir,
Fazer de conta é o segredo
Vamos, destarte, a fingir.
Ad retro Halloween, ad retro!
Livrem-me deste embaraço,
Quero farra, metro a metro,
Mas sem fantoche ou palhaço!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA