ANDAM MÁSCARAS PELO CHÃO

Andam máscaras pelo chão,

Convém mesmo que assim seja:

Há sinal d´ incúria e desilusão

Nesta pandemia malfazeja.

- A partir d´ agora é obrigatório!

Proclama já o Anfitrião,

E o efeito é bem notório:

Andam máscaras pelo chão.

O cidadão… até se conforma

E nem quer saber d´ ir à Igreja…

Encolhe os ombros com a norma,

Convém mesmo que assim seja.

Há negócio d´ esquina em esquina

Ninguém trava a especulação

O lucro, que se vê, é uma mina

Há sinal d´ incúria e desilusão.

Máscara aqui, máscara ali,

Fiscalização? Nem de bandeja.

A impunidade já é alibi

Nesta pandemia malfazeja.

Andam máscaras pelo chão,

São sempre os mesmos a pagar,

Haja ou não haja especulação

Toda a gente se deixa levar.

- Onde está a autoridade?

Pergunta o corvo de Lisboa.

- Há-de acabar a peste, há-de,

Com esta farsa, assim, à toa!?

- Quem paga as contraordenações?

- Enquanto houver gente palerma

Ninguém controla as aflições

E temos sempre o Covid à perna!

- Isto é que vai uma pandemia!

Está-se borrifando Zé Povinho:

- Para que serve esta arrelia?

Já me basta um copo de vinho!

Máscara com máscara se paga,

Seja ela no rosto ou no chão,

A vã política tudo estraga

Nesta tristeza de Nação!

Frassino Machado

In ODIRONIAS

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 24/10/2020
Reeditado em 24/10/2020
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