ANDAM MÁSCARAS PELO CHÃO
Andam máscaras pelo chão,
Convém mesmo que assim seja:
Há sinal d´ incúria e desilusão
Nesta pandemia malfazeja.
- A partir d´ agora é obrigatório!
Proclama já o Anfitrião,
E o efeito é bem notório:
Andam máscaras pelo chão.
O cidadão… até se conforma
E nem quer saber d´ ir à Igreja…
Encolhe os ombros com a norma,
Convém mesmo que assim seja.
Há negócio d´ esquina em esquina
Ninguém trava a especulação
O lucro, que se vê, é uma mina
Há sinal d´ incúria e desilusão.
Máscara aqui, máscara ali,
Fiscalização? Nem de bandeja.
A impunidade já é alibi
Nesta pandemia malfazeja.
Andam máscaras pelo chão,
São sempre os mesmos a pagar,
Haja ou não haja especulação
Toda a gente se deixa levar.
- Onde está a autoridade?
Pergunta o corvo de Lisboa.
- Há-de acabar a peste, há-de,
Com esta farsa, assim, à toa!?
- Quem paga as contraordenações?
- Enquanto houver gente palerma
Ninguém controla as aflições
E temos sempre o Covid à perna!
- Isto é que vai uma pandemia!
Está-se borrifando Zé Povinho:
- Para que serve esta arrelia?
Já me basta um copo de vinho!
Máscara com máscara se paga,
Seja ela no rosto ou no chão,
A vã política tudo estraga
Nesta tristeza de Nação!
Frassino Machado
In ODIRONIAS