HUMOR EM TEMPO DE PESTE
“Dedicado a Eugénio Lisboa”
Como vão conturbados os dias,
No horizonte deste mundo de Cristo,
Não há aldeia, vila ou cidade
Sem qu´ haja um rosário d´ agonias,
E dramas de que não há registo
Mas de que se sabe a ansiedade…
A pandemia, ora abranda, ora cresce,
Há por todo o lado janelas de dor
Que não param nunca de aumentar,
São os vírus, são os dias da peste
E na angústia, chegando ao estertor,
O fim da linha até pode chegar…
Emerge, nesta onda, o amigo Lisboa
Que não se ficou pela melancolia
Mas, antes, aventurou-se pela sátira,
Num estilo poético que não destoa
E que, embalando em pura ironia,
Destaca-se na área que s´ admira.
Este Eugénio, o Eugénio Lisboa,
Do alto dos seus sete costados
Coloca os leitores em toada lúdica,
Num humor que a sua lira entoa
Com versos capazmente ajaezados,
Por vezes de palavreira impúdica…
O livro “poemas em tempo de peste”
Contribui, e bem, a talho de foice,
Pra espairecer traumas de pandemia
Que, afinal, não fica nada a leste
Da poesia que, não sendo coice,
Provoca boas risadas, todavia.
Digam-no Trump, Lagarde e cia.,
Digam-no os Melos e os Venturas
E digam-no os Tavares e Pinto da Costa…
Quer gostem ou não de tal poesia,
Têm que gramar estas diabruras
Dum poeta sadio d' ousada aposta!
Frassino Machado
In AS MINHAS ANDANÇAS