HUMOR EM TEMPO DE PESTE

“Dedicado a Eugénio Lisboa”

Como vão conturbados os dias,

No horizonte deste mundo de Cristo,

Não há aldeia, vila ou cidade

Sem qu´ haja um rosário d´ agonias,

E dramas de que não há registo

Mas de que se sabe a ansiedade…

A pandemia, ora abranda, ora cresce,

Há por todo o lado janelas de dor

Que não param nunca de aumentar,

São os vírus, são os dias da peste

E na angústia, chegando ao estertor,

O fim da linha até pode chegar…

Emerge, nesta onda, o amigo Lisboa

Que não se ficou pela melancolia

Mas, antes, aventurou-se pela sátira,

Num estilo poético que não destoa

E que, embalando em pura ironia,

Destaca-se na área que s´ admira.

Este Eugénio, o Eugénio Lisboa,

Do alto dos seus sete costados

Coloca os leitores em toada lúdica,

Num humor que a sua lira entoa

Com versos capazmente ajaezados,

Por vezes de palavreira impúdica…

O livro “poemas em tempo de peste”

Contribui, e bem, a talho de foice,

Pra espairecer traumas de pandemia

Que, afinal, não fica nada a leste

Da poesia que, não sendo coice,

Provoca boas risadas, todavia.

Digam-no Trump, Lagarde e cia.,

Digam-no os Melos e os Venturas

E digam-no os Tavares e Pinto da Costa…

Quer gostem ou não de tal poesia,

Têm que gramar estas diabruras

Dum poeta sadio d' ousada aposta!

Frassino Machado

In AS MINHAS ANDANÇAS

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 06/10/2020
Reeditado em 06/10/2020
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