Este conto não é proibido para menores de 18 anos: UMA LINDA MORENA FICOU BEM MOLHADINHA

UMA LINDA MORENA FICOU BEM MOLHADINHA

Alguns indivíduos se vangloriam por terem vários amigos.

Um monte de pessoas vivem se gabando por conhecerem a um incalculável número de piadas.

Diversos sujeitos ficam felizes porque conhecem bastantes pessoas que gostam de contar anedotas que são bem engraçadas e divertidas.

Porém, eu que deveras tenho inúmeros motivos para me exibir, já que, usufruo da amizade particular de um amigo que ele é a própria chacota em formato de uma pessoa.

O Simplício, na época deste conto que você vai conhecer a seguir, somava já trinta e sete primaveras, a sua altura é de 1,60 apenas, magro, solteiro, sem filhos, mineiro, afrodescendente, torce para o time do Santos e trabalhava na Prefeitura na função de serralheiro, ele foi criado por sua querida avó, e o cidadão fala tão esquisitamente, embora eu mesmo não tenha uma boa voz, e o infeliz só me chamava de Branquelo e, às vezes, de Leite Azedo.

Nossos companheiros de trabalho nos apelidaram de "a dubla café com leite", pois, nós sempre trabalhávamos em parceria; outra questão que é bem importante a ser dita sobre o meu querido amigo, o estimado Simplício, visto que, isto será fundamental para a total compreensão desta anedota: é que, ao conversar, o cara sempre deixa bastante saliva escaparem de sua grande boca e estes perdigotos voam e pousam nas pessoas.

Na minha opinião este sujeito é bem feio e ele dizia que "conquistava" a muitas garotas bem bonitas, argumento este que eu duvidava enormemente que são verídicos.

Por conta dos shows realizados em nossa cidade, nós também trabalhávamos aos fins de semana e nos feriados; eu labutava sempre no mesmo setor do nosso querido herói, o Simplício, e a nossa obrigação, conjuntamente com os outros serralheiros, era a de fixarmos as estacas de ferro no asfalto da rua para que os marceneiros tampassem toda a passagem de pedestre e de carros para isolar completamente a área ao redor para que os artistas entrassem no camarim e depois no palco com a total segurança e privacidade.

Quando a Grande Rita Lee veio cantar em nossa cidade e, assim nos honrando com a sua presença, fomos convocados novamente ao importante serviço; então, nós estávamos fazendo o nosso trabalho de colocação das estacas, como sempre, e foi quando eu a vi desde lá bem longe, era uma morena exageradamente linda, talvez, a mais linda de todas as morenas que meus olhos já contemplaram.

Malandramente, eu já me lembrando da grande fama de mentiroso do Simplício, pois, todos nós sabíamos que ele não "conquistava" ninguém efetivamente, por isso, eu chamei os meus amigos e mostrei a morena a todos eles.

Rapidamente, eu bolei um grande plano "maquiavélico" para nos divertirmos as custas deste "conquistador de araque"; e logo, eu já avisei para alguém mandar o nosso campeão ir até à morena e paquerar a moça bem na frente dos nossos olhos, pois, se assim ele o fizesse mesmo, todos nós acreditaríamos que este sujeito, de fato, "é um grande conquistador" e que todas as questões de suas conquistas que ele havia nos falado por mais de dez anos seriam legítimas, verdadeiras e confirmadas.

Porém, é claro, o nosso grande herói se recusou prontamente alegando que estava todo sujo e tão mal arrumado; e foi assim que ele desconversou, e eu comentei, então, que se o cara dissesse apenas um simples " oi " para a morena, nós já acreditaríamos em tudo que ele havia nos dito sobre as suas tantas supostas conquistas.

E o indivíduo disse que o encarregado estava olhando com uma cara bem feia para nós e o Simplício saiu em direção do nosso tão bravo chefe, e ele nem olhou para trás.

Entretanto, eu não me dei por vencido, claro que não! Eu perco um amigo, porém, não perco uma boa piada; por isso, eu fui até a tão linda morena e lhe disse:

-- Bom dia, tudo bem com você?

E ela, com um sorriso tão lindo, e uma voz bem suave e gentil disse com a sua boca deliciosamente carnuda e me olhando com aqueles olhos verdes, inesquecíveis:

-- Bom dia, estou bem sim, e você?

Respondi:

-- Melhor agora...

E eu sorri, feliz, bem feliz, uma vez que, a sua beleza me ganhou o coração de Poeta, e eu fiquei tão encantado por ela, mas, eu estava em uma missão por demais importante, e, fingi com um jeito de quem está bem aflito, e com uma expressão facial de medo e de quem está bem tenso, já que, eu estava querendo provocar uma reação de espanto nela, então, finalmente falei para a moça:

-- Menina linda, por favor, jamais vá naquela direção, jamais!

E apontei no rumo do Simplício. E ela ficou meio assustada e me perguntou:

-- Por que, por acaso tem algum perigo por ali?

Então eu lhe respondi fingindo estar bem exitante:

-- Mais ou menos... Perigo, perigo não, mas...

E ela ainda meio nervosa quis saber:

-- Como assim? Explique-me já, eu sou uma pessoa de bem, e eu tenho o direito de saber destes fatos, pois, eu sou uma cidadã pagadora de impostos, e exijo informações seguras sobre o que está acontecendo aqui, e, além disso, você me assustou, e também eu estou bem curiosa!

Então eu olhei bem fixamente na carinha linda dela, como se eu estivesse examinando algo bem importante e perguntei:

-- Você sabia que a curiosidade matou o gato, ou não?

Ela ficou meio desconcertada e respondeu:

-- Não, não, eu não sabia, mas, o que eu tenho a ver com o bichinho peludo que infelizmente faleceu?

E eu lhe disse docemente:

-- Ué, você é tão gatinha... E é tão curiosinha... Você não tem um medinho...?

Ela sorriu com um jeitinho tão gracioso e meigamente me respondeu:

-- Obrigada, mas, você não vai me dizer qual é o tal perigo que tem naquela direção?

Eu lhe fiz uma cara de ter muitas dúvidas se eu deveria ou não lhe contar, mas depois eu disse:

-- Sim eu lhe digo, mas, você terá que me prometer, sem cruzar os dedinhos, que não vai ir para lá de jeito nenhum, tudo bem?

A linda morena meio perplexa com toda aquela situação bem inusitada, mas como eu tinha uma prancheta em mãos, um capacete, uniforme, por isso, talvez, que eu tenha ganhado a sua atenção, mas, mesmo assim, ela, sem saber o que dizer, falou:

-- Sim, eu prometo, mas, diz logo, estou tão curiosa...

-- Está bem, você não pode ir para lá porque o Simplício está por aquelas imediações...

Ela fez uma cara de confusa e perguntou:

-- Mas, por quê? Eu não estou entendendo mais nada, nem sei quem é esta pessoa que você falou aí, o que tem a ver este Simplício? Ele é o artista de hoje? Ele, por acaso é o cantor? É isso?

E eu lhe respondi:

-- Se você ao menos tivesse um guarda-chuva para se proteger...

Ela apontou com o seu lindo dedinho para o Sol ardente, e fez uma carinha de sábia.

E eu fingi que lhe preveni rudemente:

-- Olha, menina linda, acho melhor você seguir ao meu conselho, e pegar o seu caminho, porém, ir por outro lugar, pois, se você ir para lá e o Simplício falar com você ele vai lhe deixar toda bem molhadinha...

Ela ficou super interessada em saber:

-- Por quê? Mas, por que você supõe que eu vá ficar toda molhadinha se eu falar com ele? Ele é muito lindo? Sexy? Gostoso? É bem rico? Ele tem filhos? Mora sozinho? Não consigo vê-lo direito daqui desta distância!

Ela quis saber, mas, ficou toda envergonhada, já que, não queria deixar transparecer que era bem seletiva ou interesseira, e eu a respondi:

-- Não, não é isso tudo não, na verdade, ele é até bem ao contrário disso tudo que você perguntou, quase tudo, quase!

E ela me perguntou:

-- Ué, e por quê, então, eu iria ficar toda molhadinha se eu falasse com esta pessoa, afinal de contas?

Ela fez um sinal com a mão para eu falar logo e logo lhe disse:

--- É porque este homem fala cuspindo, ele solta muita umidade de sua boca e devido a isso, o sujeito, vai lhe deixar toda molhada, mas, será de tantas e tantas saliva, por isso que é preciso ter bastante cuidado ao ter um bate-papo com ele! Por isso que eu falei sobre o tal guarda-chuva.

E ouvindo isso ela começou a rir demais, riu tanto tanto que ficou molhadinha mesmo, já que, ela, fez pipi na calcinha e saiu disfarçando, e tentando conter o riso e precisando dissimular para que ninguém percebesse que estava tão molhadinha, e todo este problema aconteceu só causa daquele Simplício, pois, ele realmente é uma anedota errante.

Quando a linda morena se foi, e levou consigo o meu coração de Poeta, eu voltei para perto dos meus companheiros e contei o ocorrido para todos eles e repeti a história para todos os outros trabalhadores que estavam em volta; todos não, menos para o nosso herói. Mas, eu nem imaginei que as pessoas iriam contar para ele, e eu nem imaginaria que o nosso campeão iria zangar tanto assim por conta de uma história que alguém envolveu o seu nome "como protagonista".

Meu Deus! O cara ficou tão zangado comigo de um modo tal que ele passou o show da Rita Lee inteiro querendo me matar, e eu nem pude apreciar a apresentação, logo eu que sou imensamente fã da Titia do Rock.

Mas, como eu já disse, eu perco um amigo, perco até o espetáculo, perco a chance de pedir o telefone da morena, mas, não perco uma boa anedota. Ainda bem que eu não perdi a amizade da "piada ambulante" por muito tempo, ou seja, do Simplício, ele finalmente me desculpou! Mas, foi só depois de três meses de incontáveis insistências e também após eu lhe prometer pagar a três almoços com uma acompanhante, uma loira que, com certeza, foi contratada só para fingir que era uma conquista dele.

Conto escrito por Isaías Amorim

POETA ISAÍAS AMORIM
Enviado por POETA ISAÍAS AMORIM em 05/10/2020
Reeditado em 05/10/2020
Código do texto: T7080071
Classificação de conteúdo: seguro
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