O agente secreto português
Dos tempos rudes da ditadura de Salazar e de Marcelo Caetano, e integrante graduado da temível PIDE, a polícia secreta, o agente Joaquim Manuel foi incumbido de realizar uma missão no Brasil, que por seu turno, atravessava anos de chumbo...principalmente nas costas dos desafetos do regime...
Joaquim Manuel recebeu instruções bastante claras e incisivas sobre o que viria fazer no Brasil, e sem saber, iria certamente inspirar o menino Messias, que, predestinado, já se preparava para missões do mais alto soturno.
Joaquim Manuel, ao proceder para a sala de embarque ainda ouviu um último conselho de seu chefe Manuel Joaquim, que o acompanhara até o aeroporto da Portela de Sacavém:
- ...e portanto, caro homónimo invertido, todo cuidado é pouco, ou nada. Não podes revelar a ninguém, a ninguém, repito, o objetivo de sua ida ao país que o nosso velho Almirante inventou...estou claro?
E Joaquim Manuel, obediente que era, partiu, boca fechada, entrou e saiu do avião sem dizer bulhufas...no máximo meneou a cabeça para significar que aceitava o jantar servido a bordo, e, naturalmente, o vinho chileno, que desaprovou, mas pra não reclamar, o engoliu a seco, e a molhado.
O problema surgiu quando ao tomar seu táxi, à saída aeroporto, foi confrontado com o inesperado: o taxista perguntou-lhe..."para onde vamos...meu senhor...?"
E a resposta foi imediata e fulminante, com o dedo na cara do pobre chauffeur carioca da Pavuna:
- Jamais saberás!!!