PAGUE NÃO PRA VER...

Não sei se vocês vão achar a história engraçada, mas quando Francisco, meu marido, me contou, ri tanto que chorei... ele dizia que eu era boba, achava graça em tudo que ele falava...

"Era uma vez um homem que possuía um armazém (local onde se vende de tudo), numa cidade do interior. Ele criava um papagaio e um macaco, danados de inteligentes, como só macacos e papagaios sabem ser. Aprendiam tudo.

Certa feita o homem precisou ir à cidade comprar mercadorias para o estoque. Chamou os dois animais de estimação e conversou com ambos.

Primeiro chamou o macaco “____Chico, vou precisar viajar e você vai tomar conta do armazém. Atenda aos fregueses com muita atenção. Despache as mercadorias, receba o pagamento e quando for o caso entregue o troco. Entendeu?” Chico fez mungangas demonstrando que havia entendido.

O dono do armazém chamou então o papagaio. __Anacleto, venha cá. Olhe, você fiscalize o trabalho do Chico e o ajude quando necessário. Não esqueça do treinamento. Certo?

Anacleto respondeu ___Certo!

Um cabra safado que há muito esperava uma oportunidade para roubar mercadorias no armazém ouviu toda a conversa e riu deliciado. ___Roubar esse armazém vai ser mais fácil do que tomar pirulito de menino remelento! Kkkkkkkk... vou encher a dispensa da minha casa!

O dono do armazém foi embora, o safado encostou-se ao balcão e chamou o macaco. ___Chico, quero comprar uma arroba de charque. Uma saca de feijão, uma de arroz, outra de farinha, mais uma de açúcar... uma caixa de rapadura, uma lata de biscoitos, uma de café torrado e moído...”

Tudo que o vagabundo pedia o macaco Chico ia lá e pegava. Anacleto andava-de-cá-pra-lá e de-lá-pra-cá sobre o balcão observando os pedidos e o atendimento do colega. Quando tudo que o ladrão pediu foi providenciado, ele teve a desfaçatez de mandar o macaco colocar tudo numa carroça que estava “estacionada” na frente de armazém. Chico atendeu. O safado fez menção de sair e Anacleto gritou ___Tá esquecendo nada não moço?

Chico barrou a passagem do safado. Ele ficou zangado e empurrou o macaco. Anacleto voou e pousou sobre uma cadeira posta ao lado da porta. ___Esqueceu de pagar as mercadorias moço.

O bandido riu. ___ Pagar mercadorias? Vão se lascar dois bichos retardados. Era só o que me faltava... um macaco besta me despachar um monte de mantimentos e um papagaio imbecil me cobrar! Kkkkkkkkkk... vou pagar é uma porra... seu dono burro tomou no caneco... kkkkkkkkkkk.

Anacleto se virou pro amiguinho. ___ O patrão falou: se não paga não leva! Passa fogo nesse safado Chico...

O ladrão ouviu o barulho de uma arma de fogo sendo preparada para disparar e virou-se assustado imaginando que uma pessoa estava por trás do balcão. Era o macaco Chico, com o sorriso mais “angelical” do mundo com um rifle engatilhado, apontado para a cabeça do safado... Anacleto riu. ____Pague não pra ver... mando Chico atirar, ele não erra uma...

O ladrão pegou o dinheiro que tinha nos bolsos, entregou ao macaco e azulou no meio do mundo. Os dois “animais” caíram na “gargalhada”, enquanto Chico recolhia a mercadoria de volta pro armazém e guardava o dinheiro na gaveta, onde estavam as balas do rifle... acho que o ladrão corre até hoje.

Entrou pela perna do pinto, saiu pela perna do pato, minha mãe mandou dizer que você contasse quatro."

Adda nari Sussuarana
Enviado por Adda nari Sussuarana em 30/08/2020
Código do texto: T7050632
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