Minhas Aventuras Com Ferreirinha

Às vezes fico imaginando, como é que o Ferreirinha se tornou essa pessoa do bem, sim porque aquele lá, quando menino era torto como ninguém, pense no cabra arretado na arte da traquinice.

O que me aproximou do Ferreirinha foi a televisão, eu sempre ia assistir "viagem ao fundo do mar" na casa dele, mas num desses dias quando cheguei pra mais um episódio, ele disse; Zé Claudo eu tô de castigo, a mamãe me proibiu de assistir televisão por uma semana, então não vai dar pra ver o almirante Nelson hoje, mas aqui no terreno ao lado os meninos do vizinho fizeram uma cabaninha e encheram de brinquedo e eu tô afim de ir lá derrubar a cabana e roubar os brinquedos deles, só preciso de você pra ajudar. Como o diabo só quer companhia e sempre arranja com quem fazer suas diabruras, pulamos o muro e fomos lá. Chegando no local, ele me diz sussurrando; primeiro a gente pega os brinquedos leva até o pé do muro, depois você fica jogando os brinquedos pra mim do outro lado e quando terminar de pegar todos, a gente volta só para derrubar a cabaninha. Plano armado, nos pusemos a tarefa e como todo crime mal arquitetado tende a dar errado, na nossa segunda viagem com os brinquedos, abriram uma porta ao lado da cabaninha e o Ferreirinha que já estava no pé do muro se abaixou lá mesmo, eu encontrei um monte de tijolo quebrado e me abaixei atrás, saiu uma senhora enorme e vai exatamente para trás do monte de tijolo, levanta o vestido, baixa a calcinha e se abaixa quase em cima de mim, quando vi aquela marmota me levantei e saí desembestado na carreira, pulei o muro feito um gato. Ferreirinha quando viu eu pular, tentou ir atrás, mas a mulher pegou ele e puxou de volta, corri pra casa, fui direto pra minha rede que ficava armada na cozinha, fico quietinho, mas não demora muito mamãe me chama; Zé Claudo visita para você. Fui até a sala com minha cara de culpado e encontro Ferreirinha com a mãe rebocando ele pela orelha e aquela senhora enorme me olhando com cara de satisfação. Ferreirinha simplesmente tinha dito que a ideia do roubo tinha sido minha, que estava lá pra evitar o furto, que ele não tinha participado de nada e tava só olhando o que eu tava fazendo. Minha mãe que não acreditava em mim, como a mãe do Ferreirinha acreditava nele, me pegou e... Bom nem preciso dizer pra vocês, que fui dormir com os couro quente.

Claudo Ferreira
Enviado por Claudo Ferreira em 24/08/2020
Código do texto: T7045094
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