LAMURIAS DE UM DESILUDIDO INCONFORMADO
O Óxito arrumou uma noiva. Casou depressa.
Ela jurou sua fidelidade até de mãos postas.
Foi só ele dormir de touca, ela quebrou a jura.
Tratando de lascar nele uma bolada nas costas.
A dor de cotovelo foi curada no bar do Zé.
bebeu firme. Ainda virou a piada do Morro.
Seu nome tornou-se diversão nas esquinas.
pagou bebida a rodo. isso até pros cachorros.
As lagrimas eram derramadas por ele pelos cantos,
Consolado por velhotas solitárias e enferrujadas.
Não cabia em si de inconformismo, como chorava.
esvaziando umas cervejas e rum nas garrafadas.
Aquietou o facho depois e até refletiu sobre tudo,
Ficou em casa aborrecido usando só uma sunga.
Foi dar uma chance pra mulher mas ela pulou fora.
Ai de raiva esvaziou uma garrafa de Pirassununga.
Foi no forró do Rivelino. Riu, Falou em fechar a noite,
Pagou ingresso, mas começou perturbar todo mundo.
Levou um couro brabo de três seguranças e um anão,
Foi posto pro lado de fora a jato. No mesmo segundo.
Acordou com cabo de guarda chuva na boca ardida,
Resolveu sumir e vendeu a casa pra um tal de Saulo,
Mandou a mulher e todo mundo pro meio dos diabos.
Entrou no Cometa e sumiu de vez lá pra Sun Paulo.