PRATO DO DIA: ÔMELECA...IMPROVISADA

O humor e a raiva do cotidiano me trazem aqui.

Seria redundante dizer que essa pandemia já nos colocou em muita encrenca doméstica, momento em que absolutamente todos se vêem em meio aos afazeres domésticos. Cansa, viu?

Por aqui eu já inovei nos acidentes, desde álcool em gel dentro do olho, passando por sinusite por pó e químicos, cortes na mão com faca de cozinha, rachadura na unha, esguelamento das cutículas, queimadura de fogão e de ferro, até lesão dermatológica por excesso de água e sabão. Afora as contusões e os escorregões!

Ainda estou no treino para aprender passar colarinho e limpar vidros e pelo andar da carruagem e do patamar sustentável da pandemia acredito vai dar tempo suficiente para aprender.

Aprendo antes do vírus resolver parar de nos ensinar.

A propósito...gente, como se limpa vidros sem embaçá-los e como se passa colarinhos sem amassá-los? Isso existe?

Tem curso pra isso? Tá no Google? Tem receita No Plim-plim? Os penosos louros ensinam? E a OMS teria alguma noção do assunto?

Todavia, hoje me superei...em algo bem inusitado.

Cozinhar todo dia é cansativo, então, hoje resolvi inovar num rápido OMELETE. Coisa simples que dispensa grandes cognições e invenções.

Antes, explico tenho tido o cuidado de não lavar os ovos para acondicioná-los no refrigerador.

Higienizo apenas a embalagem, torço para que o vírus morra de frio e ao usá-los jogo a casca e higienizo as mãos.

Dizem que não se deve lavar ovos porque são porosos e algumas bactérias,como as salmonelas das galinhas, podem adentrar o ovo e já viram, né? Daí sim que é meleca a se perder de vista...

Fiz uma analogia para o novo coronavírus...embora acredite que ele seja maior que a porosidade da casca do ovo, sei lá, só tô achando.

Se todo mundo acha alguma coisa...eu posso achar também!

Aliás, chique mesmo é se fazer uma LIVE para se achar qualquer coisa!

Eu estou aqui achando no método antigo.

Então...lá fui eu.

Fiz como sempre faço: Super tranquilo, sempre foi: Peguei o primeiro ovo com todo cuidado e do nada ele escorregou da minha mão e ficou preso entre meu abdômen e o balcão da pia da cozinha.

"calma que vai dar tudo certo"-pensei comigo.

Para ele não cair no chão e fazer pronta meleca, deduzo que instintivamente apertei o corpo contra ele, até para salvá-lo, e gritei por socorro.

O socorro não veio...só viria para degustar o omelete, claro, mas a meleca, ah, essa foi instantânea! Meleca campeã do MasterChef!!

Eu me senti no trote da universidade ou sendo achincalhada por um ovo (e pior, por um vírus!); E eu nem sou política desses que tem por aí!!!

Nem preciso dizer que o almoço se interrompeu para uma boa faxina na cozinha, incluindo lavar o chão e limpar armários e vãos das gavetas, afora lavar a minha roupa toda grudenta e depois ir ao chuveiro tirar as proteínas do ovo, tentando me acalmar sob a alegação de que elas fazem super bem à nutrição da pele e cabelos.

Isso sem contar o descarte cuidadoso das cascas esfaceladas do ovo pelas pontas do dedos, uma por uma, seguido de toda aquela dramática higienização.

E o almoço? Nem me perguntem que eu fico nervosa!

Depois do ÔMELECA e do cansaço provocado pelo prato do dia...perdi a fome.

Só uma perguntinha: alguém conhece algum outro ser tão ínfimo como esse novo vírus que possa competir, em igualdade de condições micadas, com o atual mico existencial que vivemos?

Isso tudo não deve ser obra dum mero acaso...nisso eu acredito e me conformo!