No hospício, um diálogo
No hospício, um diálogo.
No Hospício Cérebro Sadio, dois internos, Dã e Dãã, mantêm, no refeitório, durante o café-da-manhã, o seguinte diálogo:
- Dã?
- Dãã.
- Dã. Dã!
- Dãã, dãã, dãã.
- Dã dã dã. Dã? Dã!
- Dãã...
- Dã, dã dã.
- Dãã? Dãã dãã? Dãã dãã; dãã dãã. Dãã. Dãã! Dãã! Dãã!
- Dã, dã, dã dã?
- Dãã dãã. Dãã; dãã.
- Dã...
- Dãã. Dãã... Dãã dãã; dãã dãã.
- Dã.
- Dãã.
*
Nota de rodapé 1: O leitor não é capaz de conceber as quase insuperáveis dificuldades que encontrei para transcrever tal diálogo.
Nota de rodapé 2: Segundos depois de encerrado o diálogo, eu, preparando-me para me retirar do refeitório, detive-me ao ver outros dois internos, Dããã e Dãããã, aproximando-se de Dã e Dãã. Os quatro internos logo principiaram uma conversa animada, cujas primeiras palavras me demoveram do meu propósito de transcrevê-la assim que, ao ouvi-las, me persuadi de que tal empresa me exigiria forças que estão muito além da minha capacidade. E retirei-me, incontinenti, do refeitório.