No hospício, um diálogo

No hospício, um diálogo.

No Hospício Cérebro Sadio, dois internos, Dã e Dãã, mantêm, no refeitório, durante o café-da-manhã, o seguinte diálogo:

- Dã?

- Dãã.

- Dã. Dã!

- Dãã, dãã, dãã.

- Dã dã dã. Dã? Dã!

- Dãã...

- Dã, dã dã.

- Dãã? Dãã dãã? Dãã dãã; dãã dãã. Dãã. Dãã! Dãã! Dãã!

- Dã, dã, dã dã?

- Dãã dãã. Dãã; dãã.

- Dã...

- Dãã. Dãã... Dãã dãã; dãã dãã.

- Dã.

- Dãã.

*

Nota de rodapé 1: O leitor não é capaz de conceber as quase insuperáveis dificuldades que encontrei para transcrever tal diálogo.

Nota de rodapé 2: Segundos depois de encerrado o diálogo, eu, preparando-me para me retirar do refeitório, detive-me ao ver outros dois internos, Dããã e Dãããã, aproximando-se de Dã e Dãã. Os quatro internos logo principiaram uma conversa animada, cujas primeiras palavras me demoveram do meu propósito de transcrevê-la assim que, ao ouvi-las, me persuadi de que tal empresa me exigiria forças que estão muito além da minha capacidade. E retirei-me, incontinenti, do refeitório.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 02/08/2020
Código do texto: T7024252
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