"PARENTE POBRE"
Ele é o parente pobre em uma família rica
O faz tudo, que cuida do jardim e do cachorro,
Cuida da casa quando os donos saem,
Pois nele tem estreita confiança.
Em dias de festa na casa é  ele que arruma
Deixa tudo nos conformes e não pode falhar.
Acompanha a festa, é certo, mas não pode aparecer.
E quando aparece é um Deus nos acuda,
Vergonha geral.
Assim passa a vida inteira escondido,
Falar seu nome? Nem pensar!
E quando fala é entre risos, envergonhado.
Coitado, com tanta serventia sem poder se mostrar.
Quando falam riem de sua aparência, que maldade!
Nem é tão feio assim,
E ele não pode nem chorar em público
Quando chora é às escondidas, ninguém pode ver,
E assim passa a vida com imensurável serventia
Faz o trabalho sujo, mas quando se afoba,
Lá vem cagada e bronca,
Jamais pode errar o coitado do boga!
JOEL MARINHO