Brincando com as palavras

BRINCANDO COM AS PALAVRAS

(revisto)

Testo e texto tem o mesmo som mas significados diferentes, estas palavras e muitas outras mais, pela sua homofonia podiam dar uma bela sinfonia. Às vezes uma modesta letrinha gosta de brincar ao esconde-esconde para espicaçar a tua cuca e a minha. Por isso, para lá da importância de tais palavras o que as distingue e as torna mais interessantes é sua obliquidade.

É por esta razão e outras razões que, eu sou um bestial apaixonado pela minha, pela tua pela nossa língua portuguesa. A mais bela, a mais exuberante , a mais excitante que, tem a doçura do mel silvestre e o agridoce das vermelhinhas e sensuais cerejas, a minha fruta preferida. A nossa língua sabe cantar como ninguém, as coisas da mãe natureza e as belezas que ela tem, isto sem desdenhar de outras línguas que terão lá suas belezas, mas beleza como a língua portuguesa, com certeza, nenhuma outra tem. Seja aqui ou mais além pelos quatro cantos deste mundo barafundo levada nas caravelas, a nossa doce língua soube cativar, e ensinou a amar a Deus àqueles que nunca de Deus tinham ouvido falar. E adocicou a palavra amor e, inventou a saudade.

mas, continuemos a discorrer sobre o testo e o texto, que aquele foi um dos pretextos deste e por ser o nome, testo, palavra quase desconhecida por estas bandas de cá.

O texto, seja lá o texto que for, não faz coisas que o testo faz, assim como o testo não nos revela coisas que o texto tanto nos apraz. A palavra testo é originária do latim, testu, peça que serve como tampa à panela ou ao tacho... os quais servem para preparar coisas gostosas e boas, que o homem nos tempos da pedra lascada ou das cavernas nem sonhava. Muito depois veio o lume e os tachos e as panelas que sem elas estariam nossas barrinhas e barrigonas privadas.

O testo, apesar de ser peça complementar é de grande utilidade, em especial quando se fala das coisas que envolvam gastronomia, e além do mais, serviu de mote para fazer este texto, e outros textos mais valiosos que graças a eles, factos importantes da história universal chegaram até nós sem os quais se teriam perdido no pó do tempo. Mas, o texto como o testo tem coisas como já disse que lhes são peculiares. É que o testo quando muito quente pode nossas mãos queimar, e o texto por sua vez pode queimar línguas e mentes, do inventor e de quem dele se serve. Portanto testo e texto, são coisas que nos encantam ou desencantam, mas de utilidade indiscutível, dependendo do gosto de cada um e de como os manusearmos.

Ainda que haja coisas mais importantes para pensar mas, cada qual a seu tempo, e já que nos sobra tempo o qual a isso está propício por certas vicissitudes a que fomos submetidos: penso que será melhor escrever um texto, que levar um testo na testa, ou acabar num hospício.

Pensem nisso, pensem nisso, nada de hospício!...

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 05/07/2020
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