MUNDO VASTO MUNDO, QUE CONFUSÃO!!!

Se o destino do mundo passasse por minhas mãos,

eu faria uma grande confusão:

tudo seria invertido

e muito mais divertido.

Com certeza, não haveria mais tristeza, não.

Pra começar,

o Brasil seria os Estados Unidos:

com o bolso cheio de dólares,

os pobres deixariam de ser tão sofridos.

A NASA seria transferida

pro quintal da minha casa,

e, em vez de ir para a Lua,

astronauta sairia pelo mundo

consertando rodovia

e tapando buraco de rua...

A Ásia

seria um país de renas e de Papai Noel.

A Austrália e a Oceania,

dois bumerangues voando pelo céu.

A China, com aquele tamanhão,

eu enfiaria todinha dentro do Japão...

A Rússia ia ser

a capital da Argentina,

a França e a Inglaterra

seriam dois estados da nossa federação...

O Chile e o Uruguai,

dois montes no Himalaia...

E qualquer homem, mesmo fora da Escócia,

poderia andar de saia.

Na Alemanha

só ia ter grego,

e na África

não iria ter mais nenhum negro.

Nos oceanos, só água doce.

E o Bush, com lábios de mel,

iria beijar – uma vezinha só que fosse –

os pés comunistas do Fidel.

Em Cuba não haveria mais cana

e nem charuto de Havana.

A Amazônia seria uma enorme savana,

com elefantes e tigres de Bengala,

e a Europa seria em Apucarana.

O Cruzeiro do Sul

eu trocaria de lado,

de tal sorte

que o deserto do Saara

se deslocaria para o centro do Pólo Norte.

O Mar Vermelho

eu pintaria de amarelo.

E todo homem feio,

pelo menos duas vezes ao ano,

teria o direito de ser belo.

Ressuscitaria para sempre o Mar Morto.

As águas da Guanabara

transformaria em vinho do Porto.

Israel seria

um distrito da Palestina.

A terra do Fogo,

um imenso iceberg de anilina.

A América Central

iria para o Alentejo,

e o boi – não mais a vaca –

iria passear pelo brejo.

Não haveria mais no mundo

nem congresso e nem senado,

muito menos presidente,

governador, prefeito, vereador,

ou qualquer laia de deputado.

Não haveria mais injustiça

e nem sofrimento, jamais,

pois toda a guerra

e toda a violência

seriam exiladas, para sempre, em La Paz!

O mundo deixaria de ser uma Babel

quando Cora Coralina ganhasse da Literatura o Nobel.

O inglês seria apenas pra inglês ver...

E a língua oficial do mundo não seria o francês,

nem o aramaico ou o grego ou o latim,

tampouco o alemão ou o espanhol.

Todos iriam se expressar como se fala,

do Oiapoque ao Chuí:

na gostosa Língua Portuguesa,

misturada ao Tupi-Guarani.

Na verdade, a língua oficial,

adotada no mundo inteiro,

seria apenas POESIA...

(Querem experimentar uma CIRANDA PARA CONSERTAR O MUNDO? Deixem suas sugestões, poetas amigos e amigas... Vale tudo, mas principalmente o bom humor, pois esse mundo está precisando de uma terapia do riso...)

José de Castro
Enviado por José de Castro em 12/10/2007
Reeditado em 21/04/2014
Código do texto: T692000
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.