MÁXIMAS, MÉDIAS, MÍNIMAS, MINIMALÍSSIMAS

TIRADA DA CARTOLA

Enquanto China e outros asiáticos fazem magia em matéria de desenvolvimento, Brasil e América Latina vivem em “impasses” de mágica.

HISTÓRIA DE BONDE

Se, na vida, tudo é passageiro, quem conduz o bonde da História?

TROÇO DOIDO

Nos primeiros traços do escritor, muitas troças que marcaram época. Depois, vieram ambos, traços e troças, a ficar esquecidos, destroçados pelas traças.

PASSATEMPO

Idade preciosa.

Preciosidade.

Idade adversa.

Adversidade.

Idade complexa.

Complexidade.

Falsidade! Insanidade!

Idade que se preza,

Não se desperdiça

Com jogos de palavras.

DECRESCENTE

Calcule quantos milhões poderão economizar-se caso milhares de pessoas evitem as centenas de compras supérfluas nas dezenas de lojas a que vão em um só shopping.

DIVERSÃO DE UM VERSO

Por sentir-se prosa de sua habilidade com as palavras, o aspirante a poeta quis inovar no verso, fazê-lo diverso da costumeira ordem vertical. Seu verso seria horizontal e horizonte a um só tempo tanto para os leitores ávidos por poesia quanto para os que têm aversão a versos. Sua revolucionária versão do verso levaria à conversão dos demais poetas. Tal foi sua diversão que acabou sem saber sobre qual tema versaria o magistral poema. Que perverso esse final adverso!

HISTÓRIA DE BONDE 2

Sobre o trilho, parado, lá estava o bonde, que o condutor tentara em vão reconectar à rede elétrica. Dentro do bonde, também imóvel, um passageiro permanece, desprovido de energia para dali sair. Foi falta de amor? Perda do emprego? Tamanho desânimo deve ter sido fruto de forte desilusão. O bonde, talvez consertem logo. Seu usuário, improvável saber. Não se conclua, porém, que as máquinas superam os homens. Ao contrário, os enguiços humanos são mais desafiantes e dignos de atenção.

JAX, março 2020.