NÃO SEI SE VOU OU SE FICO
Eu,
Só eu,
Eu medito:
Quem sou eu?
De onde eu venho?
Para onde eu estou indo?
O que eu estou fazendo aqui?
Eu quero saber, e ninguém me fala,
Vivo em permanente conflito com meu eu,
Ele quer saber as coisas, o ego não tá nem aí,
O meu eu luta o tempo todo, apanha do meu ego,
É briga muito antiga e os dois não entram num acordo,
Eu vivo atormentado com essa encrenca, não sei como sair,
Eu fico desorientado, e às vezes tenho uma vontade de escapulir,
Não sei pra onde correr, se fico o bicho come, e se corro o bicho pega.
Sei,
Eu já sei,
Ah o carnaval,
Vou brincar até cair,
E que se dane o mundo,
Eu não me chamo Raimundo,
Hum aquelas mulheres seminuas,
Vamos lá amigo ego, fora com esse eu,
Vou me divertir, os instintos estão liberados,
E vou aproveitar essa onda enquanto estou vivo,
Eu não quero nem saber quem foi que pintou a zebra,
Vou encher a cara, soltar a franga, e ver que bicho vai dar,
E lá vem o meu eu me aborrecer, lembrando-me a quarta-feira,
Também me aborrece, lembrando-me dos possíveis danos à saúde,
Ora, ora, no meu país, o exemplo vem de cima, que vá tudo pro inferno.
E tudo se acaba na quarta-feira... E assim a luta continua. E o vencedor?