NÃO SEI SE VOU OU SE FICO

Eu,

Só eu,

Eu medito:

Quem sou eu?

De onde eu venho?

Para onde eu estou indo?

O que eu estou fazendo aqui?

Eu quero saber, e ninguém me fala,

Vivo em permanente conflito com meu eu,

Ele quer saber as coisas, o ego não tá nem aí,

O meu eu luta o tempo todo, apanha do meu ego,

É briga muito antiga e os dois não entram num acordo,

Eu vivo atormentado com essa encrenca, não sei como sair,

Eu fico desorientado, e às vezes tenho uma vontade de escapulir,

Não sei pra onde correr, se fico o bicho come, e se corro o bicho pega.

Sei,

Eu já sei,

Ah o carnaval,

Vou brincar até cair,

E que se dane o mundo,

Eu não me chamo Raimundo,

Hum aquelas mulheres seminuas,

Vamos lá amigo ego, fora com esse eu,

Vou me divertir, os instintos estão liberados,

E vou aproveitar essa onda enquanto estou vivo,

Eu não quero nem saber quem foi que pintou a zebra,

Vou encher a cara, soltar a franga, e ver que bicho vai dar,

E lá vem o meu eu me aborrecer, lembrando-me a quarta-feira,

Também me aborrece, lembrando-me dos possíveis danos à saúde,

Ora, ora, no meu país, o exemplo vem de cima, que vá tudo pro inferno.

E tudo se acaba na quarta-feira... E assim a luta continua. E o vencedor?

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 24/02/2020
Código do texto: T6873140
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.