3 Loucos: 2 inteligentes e 1 esperto
O padre dava explicações a um psiquiatra que fiscalizava a Missão Católica erguida naquela ilha, onde as autoridades largavam os loucos de quem a família não queria cuidar.
- Nós os alimentamos com muita dificuldade, por causa dos poucos recursos financeiros. E mantemos sempre a porta da cela aberta, na esperança de que fujam... pois quase não temos como alimentá-los. Mas sempre eles próprios fingem que não sabem que a porta está aberta e cada um dá uma desculpa para continuarem sendo tratados como prisioneiros. Veja este vídeo, pois com uma câmera bem escondida registramos uma conversa que aconteceu entre eles.
Sentaram-se o padre-missionário e o psiquiatra, confortavelmente. E o vídeo foi exibido. Ouvia-se claramente a conversa gravada antes, num pretérito finalzinho de tarde.
Louco 1 apontou para um estreito facho de luz que atravessava uma pequena janelinha, graças a uma lâmpada acesa na sala ao lado (pois gostavam de ficar no escuro). Então, ele diz:
- “Sabem o que vou fazer? Vou subir pendurado naquele facho de luz e vou alcançar o teto, aí então afastarei as telhas e darei o fora daqui. Vocês me sigam, se não quiserem morrer aqui dentro”.
Louco 2 responde:
- “Vai sozinho! Quando a gente começasse a escalar o facho de luz, alguém lá apagaria a lâmpada e a gente se arrebentaria no chão. Podendo até quebrarmos o pescoço, uma perna ou um braço”.
Enquanto um convencia o outro a voltar para suas camas no quarto escuro, o louco 3 aproximava-se da porta e esbravejava:
- “Seu padre! Seu padre! Sei que está me escutando aí do outro lado. Pode apagar a luz, que eu não aceito sua ajuda porque sei que o senhor é um pecador como eu... e agora quer dar uma de Salvador... mas só existe um santo que é aquele que está no Céu! ”
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Moral da história (estória) -------------- Muitos esperam que o próprio Deus desça dos Céus para ficarem livres dos tiranos, pois não aceitam que a libertação possa vir por um dos seus iguais em falhas humanas – ocasião em que amaldiçoam qualquer um que seria apenas um instrumento, pois querem alguém diante de quem possam ajoelhar-se.