Viagem ao Fundo do BAR

O cidadão entrava no bar, num dia de sábado, retorcendo-se entre as mesas... e passava pelos clientes que bebiam. Chegando ao fundo do bar, perguntava finalmente ao dono que atendia pessoalmente:

- Chegou?

- Não. Mas quando chegar... você vai ser o primeiro. – (Era essa a resposta tranquila do dono).

O cidadão fazia de volta o percurso entre as mesas alcançando a calçada e desaparecia na rua.

Os degustadores nas mesas ficavam curiosos.

Hora e meia depois, a cena se repetia.

- Chegou?

- Não. Mas, quando chegar, você vai ser o primeiro. – (Era essa a resposta tranquila do dono).

Isso acontecia o dia todo, todo sábado, até o bar (de pé de esquina) fechar... por volta das 22 horas.

- Chegou?

- Não. Mas quando chegar você vai ser o primeiro. – (Era essa a resposta tranquila do dono).

Um dos clientes, que parecia conhecer o dono do bar pela frequência costumeira, estava presente num desses sábados e (demonstrando camaradagem com o dono do bar) dispensou o garçom e foi até o balcão no fundo do bar. Conseguiu a atenção do dono e argumentou:

- O senhor sabia que aquele sujeito é um conhecido maluco que chegou recentemente ao bairro, que tem a fama de ter fugido várias vezes do sanatório?

- Eu sei, sim. – (Foi essa a resposta tranquila do dono).

O cliente, com ar de surpresa e admiração, respondeu:

- Pois agora eu quero saber o segredo dessa sua paciência. Eu mesmo... já teria telefonado para o hospício para virem buscar esse doido.

O dono do bar foi rápido na resposta:

- Precisa isso não! Quer saber? Eu até gosto, porque os clientes verdadeiros ficam tão curiosos... e na expectativa de que chegue alguma bebida ou tira-gosto especial... que acabam ficando por mais umas horas. Foi o caso do senhor, não foi?

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Moral da história (estória) ---------- A curiosidade aumentou o gasto.