Deu na Fôia e na Óia
Homero declarou: "Eu vi o Jair Bolsonaro raptando Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta. E escondi-me, em vão, em meio a algumas ruínas; o Jair Bolsonaro, todavia, me viu, e ameaçou-me: "Se contar para alguém que raptei Helena, metralharei você. Escreva um poema em vinte e quatro rapsódias, atribuindo a Páris o rapto dela, para que, assim, os aqueus [nota do editor: aqueu era o antigo nome dos gregos] declarem guerra à Tróia. Entendeu, vate de meia pataca!?" De tanto medo, e temendo pela minha vida, certo de que Jair Bolsonaro, aquele cérbero de sete cabeças e cem braços, cumpriria, sem pestanejar, a ameaça que me fez, escrevi a Íliada, sem, em tal poema, fazer menção a Jair Bolsonaro, cujo crime atribui a Páris."
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Testemunhas relatam que viram Jair Bolsonaro montar ao redor do Vesúvio um artefato de alta tecnologia, que, acionado, provocou a erupção do vulção, fenômeno, este, que resultou na destruição de Pompéia.
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Um tiranossauro rex, cuja carcaça foi reconstituída por paleontólogos, que, por meios incompreensíveis à inteligência humana, restituiu-lhe à vida, declarou: "O Jair Bolsonaro arremessou, há quatrocentos milhões de anos, contra a Terra, um meteoro, que, ao atingi-la, provocou a extinção dos dinossauros".
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"É urgente revisitarmos a história. Culpam-me pelo fogo que destruiu Roma. Não fui eu que ateei fogo em Roma; foi o Jair Bolsonaro", declarou Nero, o coração visivelmente confrangido.
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Jair Bolsonaro, na idade de cinco anos, enfiou o dedo no nariz, de cujo interior arrancou um bom punhado de muco nasal, esfregando-o na parede, sujando-a. Ao ser interpelado a respeito, na ocasião em que incorreu em tal crime de poluição visual e ambiental, ele, malcriado e debochado, respondeu: "Que que tem!? É só tatu! É só meleca!"
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Quando criança, Jair Bolsonaro fazia, diariamente, cocô e xixi nas fraldas.
Mesmo cientes de que Jair Bolsonaro vivia a fazer sujeiras, os eleitores dele não se persuadem de que ele é ser humano que já fez muita sujeira na vida. É compreensível, afinal eles, tal qual o herói que eles amam, também já fizeram muito cocô e xixi nas fraldas.
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Na festa de aniversário de um amiguinho, Jair Bolsonaro, aos 7 anos, cometeu três crimes, dois ambientais, um contra a criança: ao estourar as bexigas produziu poluição sonora e resíduos que, posteriormente, jogados num lixão, foram engolidos por pássaros, que, em decorrência deste ato inadvertido, foram ao encontro da morte; e sapecou uns tapas e puxou os cabelos de um amiguinho que tinha orelha-de-abano.
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Aos três anos, Jair Bolsonaro puxou os cabelos de sua priminha, revelando-se, com tão pouca idade, machista e misógino. Em tal ato, ele exteriorizou sua predisposição para, adulto, cometer feminicidio.
Escritos em 30 de setembro de 2018.