A FEIRA DAS VERGONHAS

Só vergonhas e mais vergonhas

Eis o negócio qu´ está a dar

Em desfaçatezes medonhas

Com barretes para enfiar!

Pedem os votos ao Zé Povo

Com mil promessas enfadonhas

E, quanto ao que se vê de novo,

Só vergonhas e mais vergonhas.

As palavras são como as pedras

Sempre prontas a arremessar

Com vergonhas em vez de regras

Eis o negócio qu´ está a dar.

Democratas a dar co´ um pau

Assumem figuras tristonhas

Reagem com espírito mau

Em desfaçatezes medonhas.

Há verdades para engolir

E evidências de espantar

O que se vê é de fugir

Com barretes para enfiar.

Na Casa da Democracia

Falar e bem falar é lume

No que respeita à hierarquia

É só máscaras e ciúme.

Protagonismos e vaidades,

Nada de ideias, cara risonha,

Em cada dia há sociedades

Como que em Feira de Vergonha.

Sim, palavras, leva-as o vento

Mais truques de malabaristas,

Esta Praça do Parlamento

Toda ela é fogo de vistas.

O Zé Povinho não acha graça

A estas cenas Vicentinas

Em vez de direitos é só farsa

Em vez de leis só serpentinas.

Palram a pega e o papagaio

Desenvergonhada cortesia,

Todos se olham de soslaio

E quem paga é a Democracia…

Coitado do bom Mestre-escola

Passa todo o tempo a pregar:

Os meninos preferem a bola

E as meninas sonham selfar.

E anda assim esta Nação –

Com impostos para esta Feira –

Andam Vergonhas de mão em mão

E o juízo sem eira nem beira.

Frassino Machado

In ODIRONIAS

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 22/12/2019
Reeditado em 22/12/2019
Código do texto: T6824666
Classificação de conteúdo: seguro