A FEIRA DAS VERGONHAS
Só vergonhas e mais vergonhas
Eis o negócio qu´ está a dar
Em desfaçatezes medonhas
Com barretes para enfiar!
Pedem os votos ao Zé Povo
Com mil promessas enfadonhas
E, quanto ao que se vê de novo,
Só vergonhas e mais vergonhas.
As palavras são como as pedras
Sempre prontas a arremessar
Com vergonhas em vez de regras
Eis o negócio qu´ está a dar.
Democratas a dar co´ um pau
Assumem figuras tristonhas
Reagem com espírito mau
Em desfaçatezes medonhas.
Há verdades para engolir
E evidências de espantar
O que se vê é de fugir
Com barretes para enfiar.
Na Casa da Democracia
Falar e bem falar é lume
No que respeita à hierarquia
É só máscaras e ciúme.
Protagonismos e vaidades,
Nada de ideias, cara risonha,
Em cada dia há sociedades
Como que em Feira de Vergonha.
Sim, palavras, leva-as o vento
Mais truques de malabaristas,
Esta Praça do Parlamento
Toda ela é fogo de vistas.
O Zé Povinho não acha graça
A estas cenas Vicentinas
Em vez de direitos é só farsa
Em vez de leis só serpentinas.
Palram a pega e o papagaio
Desenvergonhada cortesia,
Todos se olham de soslaio
E quem paga é a Democracia…
Coitado do bom Mestre-escola
Passa todo o tempo a pregar:
Os meninos preferem a bola
E as meninas sonham selfar.
E anda assim esta Nação –
Com impostos para esta Feira –
Andam Vergonhas de mão em mão
E o juízo sem eira nem beira.
Frassino Machado
In ODIRONIAS