VERSOS AO NÚMERO DA PORTA 02
A ENCOMENDA
Não chegaram os versos de Sena –
A “encomenda” não trouxe a senha:
Durante o voo perdeu a pena
E não há mal que lhe não venha;
Da Lusa Atenas até Lisboa
Curta distância é a medida
Mas, quando há algo que destoa,
Cai-se num beco sem saída.
Foi do carteiro ou foi do azar?
Terá ele sido do receptor?
Com tal Sistema a funcionar
Antes assim do que pior.
Quanto à culpa está pra se ver…
Sumiu o «17» daí a trabalheira:
Não se podendo precaver
A “culpa” morrerá solteira.
Faz-me lembrar um tal fadista,
Cheio de resiliência e fé,
Sugerindo que s´ não desista
Até se ver tudo como é!...
E o Poeta, prá literocambada,
Em diáspora de seca em meca:
“Fé em Deus e tudo à molhada…
Pra poetar há qu´ ter ´staleca!”
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA