O bêbado na quermesse
Um dia destes fui visitar a cidade que nasci e por sorte estava tendo uma quermesse. O padre da igreja local ganhou uma leitoa assada para leiloar e para ganhar mais dinheiro resolveu dividi-la em duas metades. Tive a sorte de arrematar uma das metades e como estava acompanhada dos amigos resolvemos comê-la ali mesmo durante a festa, tomando cervejas. A pessoa que arrematou a outra metade perguntou se poderia se juntar ao nosso grupo e claro que aceitamos, pois éramos um grupo grande e quanto mais leitoa, melhor. Quase acabamos com o estoque de cervejas do evento e nosso sócio que já entrou bêbado para o grupo, bebeu ainda mais que todos nós e começou a ficar inconveniente, falando mal do povo da cidade e do pároco. O padre se sentindo incomodado e usando como pretexto o adiantado da hora convidou-nos gentilmente a se retirar das dependências da igreja. Claro que gentilmente nos retiramos e continuamos a beber e comer leitoa assada sentados ao meio fio na frente da igreja. O nosso sócio agora já promovido à amigo de infância, mal conseguindo se equilibrar nas pernas, ao se levantar firmou inocentemente as duas mãos nas pernas de uma moça que estava por ali se socializando com a gente, mas o namorado dela não gostou e deu um empurrão no nosso amigo agora já caindo de bêbado. Para nosso desespero, os dois começaram a se estranhar, um falando para o outro, palavras impublicáveis. Daí foi à vez dos vizinhos que se sentirem incomodados e chamarem a polícia. Quanta intolerância com o nosso grupo. Quando a polícia chegou enquadrando nosso sócio, ele já foi logo avisando que para cadeia não iria, porque devido ao período de festa na cidade, lá deveriam ter muitos presos que ele não conhecia. O policial que era nosso amigo de infância, pacientemente perguntou para onde deveria levá-lo então, pois lá não podia ficar. Depois de argumentar bastante com o policial, decidiu que queria ir para a casa da mãe. Quando já estava acomodado no banco do carona da viatura, abaixou o vidro e gritou para que tomássemos cuidado com o que iríamos falar ao padre durante as confissões, porque ele costumava contar tudo na missa de domingo.