ARMADILHAS DO NOSSO IDIOMA
Pernas, pra que te quero? - disse a mesa,
Argumento que faz todo sentido.
Alho com dente é outra malvadeza,
Em vez de comer ele é que é comido.
Outra que sofre demais é a manga,
Diariamente enfio o braço nela,
Ou descasco e chupo o caroço dela,
Nem por isso comigo ela se zanga.
Neste nosso idioma tão confuso,
Não é todo pé que pode andar,
E nem todo fuso é para fiar,
Também pode ser de horário o fuso.
Mesmo a cabeça que é de pensar,
Se for de cebola tem outro uso,
Sempre que for pra aquilo que eu deduzo,
É na cozinha que deve ficar.