Os acadêmicos e a lâmpada mágica
Caminhavam pelo campus da universidade o velho professor titular, um doutorando seu orientado e um graduando orientado do doutorando. Os três vinham do laboratório e dirigiam-se ao restaurante, era hora do almoço.
Eis que, em meio ao gramado ao lado do caminho, o velho professor percebe um brilho iridescente, muito atraente.
- O que será aquele belo brilho?
O doutorando aproxima-se de onde partia o brilho e diz:
- É algo enterrado. Parece metálico.
O graduando pega então o canivete que trazia em sua mochila e escava o solo para desenterrar aquela estranha descoberta.
Desenterrado, revelou-se o objeto: parecia ser uma antiga lamparina, daquelas alimentadas a óleo, do tipo das vistas nos fantásticos contos de fada. O velho professor diz:
- Ora, ora, se não parece aquelas lâmpadas mágicas das estórias de Aladim - e dizendo isso, meio que por pilhéria, esfregou a lâmpada.
E não é que, para espanto dos três, uma névoa sopra de dentro da lâmpada e um gênio com trajes, tez e traços hindus materializa-se diante dos três boquiabertos! E vai logo dizendo:
- Estimados amos! Estou aqui para servi-los. Posso realizar três desejos, mas como foram três a libertar-me, concederei um desejo para cada um de vocês. Podem pedir o que quiserem.
O graduando, eufórico, logo se antecipou:
- Quero estar neste momento na ilha de Tahiti surfando, na praia uma bela jovem nativa morena a esperar-me, com um banquete com as delícias locais...
Pufff! O jovem estudante desapareceu.
Ainda boquiaberto mas agora confiante no mágico poder do gênio, foi a vez do não menos eufórico doutorando:
- Quero estar num iate luxuoso atracado em Monte Carlo em dia de corrida de fórmula 1, cercado de lindas francesas, vinhos caríssimos, com todo tipo de delícias, queijos, presuntos, caviar, e uma conta recheada no banco...
Pufff! Agora foi o doutorando que desapareceu.
O gênio volta-se então para o velho professor:
- Falta o seu pedido...
- Quero os dois de volta ao laboratório depois do almoço!
Moral da história: espere sempre seu orientador falar primeiro, fale depois dele.
Piada ouvida no âmbito da USP, em 2003.