O CACHORRO E O CARTEIRO
Chegou ao portão da casa e bateu palmas (a casa não tinha campainha).
O cachorro latia quase sem tomar fôlego.
“Será que o cachorro assina?” – brincou consigo o carteiro.
O cachorro era grande e tinha lindos olhos castanhos cor de mel e uma boca cheia de dentes amarelados.
“Como eu queria rasgar o papel na mão desse humano” – pensou o cachorro.
“Esse cachorro tem olhos maus, pula alto e o muro é baixo “ – pensou o carteiro
O cachorro pulou o muro e o carteiro subiu o primeiro poste como se fosse um gato.
“só quero morder, só quero morder!” Gritava o cachorro na língua dos cães.
O dono apareceu e o pôs na coleira. O carteiro olhou para o homem que pedia desculpas, mas não lhe concedeu o perdão. Desceu do poste e ao invés de entregar a correspondência, a fez em pedacinhos.
Em um segundo o cachorro estava livre de novo e o carteiro fugia em desabalada carreira.