OS DINOSSAUROS VÃO À PRAIA
“Aventuras do Dr. Galopim”
Causa nobre, causa mítica
Das calendas do Jurássico
Não pode escapar à crítica
De conhecimento prático.
Reza a história mal contada
Duma insegura política
Que só pode dar em nada
Causa nobre, causa mítica.
Com mais ou menos pegadas
De um âmbito analítico
São “lendas” apregoadas
Das calendas do Jurássico.
A aventura do Galopim,
Em jeito de autocrítica
De infantilidade sem fim,
Não pode escapar à crítica.
Na verdade, só para criança
Em onda de sonho galáctico,
Se acha algo de semelhança
De conhecimento prático.
Galopim, por brincadeira
Ou, quiçá, por ínvia ficção,
Usa de infantil maneira
De dar corpo à imaginação.
Dinossauros, naquelas arribas
Altaneiras e escarpadas,
Só nas estórias de Caraíbas
Há lugar para tais pegadas.
Que haja pegadas no chão
Na areia da Praia Grande
É um sinal de cantochão
Que a tal cantiga não brande.
Mesmo numa tarde tórrida,
Em que alguém quer refrescar
Não vejo a bicharada mórbida
Em busca da água do mar.
Os Dinossauros vão à praia?
A gente acredita que sim…
Ou é falsa a ciência-gaia
Da lengalenga do Galopim!
Frassino Machado
In ODIRONIAS