DE TIA QUERIDA A UMA COMPLETA DESCONHECIDA

Há situações na vida que fogem ao nosso controle, quebrar uma sandália numa local em pleno horário de pico, com intenso fluxo de pessoas é uma delas. Essa cena soa engraçado, agora, mas no momento foi embaraçoso. Estamos eu, minha filha e uma sobrinha, andando por um calçadão com destino a uma loja de calçados. Antes mesmo de chegarmos na metade do caminho eis que acontece a catástrofe, sim caro leitor, minha rasteira arrebentou exatamente naquele local que não te dá opção de seguir em frente. Claro que eu carrego minha parcela de culpa, pois ela já vinha dando indícios que isso poderia ocorrer. Bom, o que me confortava era que eu não estava só, pelo menos era o que eu achava, por que quando voltei a realidade e olhei pra encontrar minhas supostas fieis escudeiras, elas estavam a um raio de 8 metros de distancia de mim, sabe por que? Para não serem associadas a cena. Eu lancei um olhar suplicante para tentar despertar a compaixão delas, mas foi inútil foi então que segui em frente mantendo o calçado no pé, num movimento que só prolongava meu constrangimento, então resgatei do fundo do meu ser os resquícios de coragem e as tirei do pé e sai descalça até chegar a loja onde fui direto ao setor de chinelas, sim, por que meu orçamento se limitava a isso. Depois de remediada a situação, adivinhem quem veio se aproximar como se nada tivesse ocorrido? Sim, minhas nobres companheiras, argumentando que não haviam percebido. Bom, eu as perdoei. Se não fosse isso não haveria historia para contar e o fato da chinela por si so, não daria um bom enredo.

Juliana Cardoso
Enviado por Juliana Cardoso em 01/08/2019
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