Bula de Remédio Anti-Corrupto - PUBL-171
Nome Genérico: Antipropina
Forma Farmacêutica e Apresentação:
Vacina. Ampola de 1000 ml (dose única cavalar)
COMPOSIÇÃO
Cada 100 ml de Antipropina contém:
Bandidina A....................................... 10 mg
Rapinina C......................................... 10 mg
Ratuína B........................................... 10 mg
Malandrina Z..................................... 20 mg
Patavina Y......................................... 10 mg
Pantomina X..................................... 10 mg
Veiculo*............................................. 90 ml
*(óleo de peroba concentrado para ajudar na recuperação da face do paciente, anti-vômito para evitar uma possível rejeição de um paciente já acometido de Corrupção crônica, Corante verde-dólar para dar uma coloração agradável que atraia o paciente, álcool destilado (12 anos) e água de osmose).
INFORMAÇÕES AO PACIENTE
Ação esperada do medicamento: Utilizado em processos de descongestão parlamentar e outras doenças que acometem os políticos brasileiros. Pode ser ministrado também em cidadãos comuns, porém em doses reduzidas (10 ml) e sob constante acompanhamento médico e jurídico.
Cuidados de armazenamento: Manter em temperatura ambiente e de preferência a vista de todos. Evitar estocar em galpões e armazéns do governo, pois o medicamento poderá estragar ou sumir misteriosamente.
Prazo de validade: Este produto possui prazo de validade de 4 anos, com direito a um segundo mandato de validade se os responsáveis pela fiscalização não forem devidamente vacinados.
Gravidez e lactação: Em caso de gravidez não se deve tomar o medicamento sob o risco de ocorrer efeito adverso e a criança nascer imune a vacina, e, portanto irremediavelmente corrupta. No caso de lactação a vacina é permitida, principalmente para extinguir mamatas e corruptos parasitas incrustados nas tetas do governo. (Neste último caso o produto deve ser usado como fungicida)
NÃO TOME ESTE REMÉDIO SEM O CONHECIMENTO DE SEU ADVOGADO. PODE SER PREJUDICIAL A SUA SAÚDE FINANCEIRA.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Características
A Antipropina é um líquido verde insolúvel em água, mas solúvel em bebidas alcoólicas. É rapidamente absorvido pelo estômago, mas demora alguns dias para atingir o cérebro do paciente. O efeito máximo é atingido nos primeiros meses, com alguma variação em alguns casos, devido à composição genético partidária do paciente, que pode apresentar uma pseudo imunidade partidária e parlamentar. Nestes casos deve-se repetir a dose o mais rápido possível sob risco de ineficiência do tratamento.
Indicações
Em casos agudos de inflamação de canais legais da administração pública e privada, causados pelo Corruptio papagalli, transmitido pelo Anopheles brazilis, e outras viroses correlatas.
Comissões em concorrência pública: A imunização deve ser ministrada antes da formulação do edital de concorrência em todos os envolvidos no processo.
Superfaturamento de obras: O medicamento tem comprovada eficácia no abrandamento de exageros de cálculos. Dá lucidez ao cérebro do paciente para que o mesmo não erre grosseiramente “para mais” nas planilhas de custos.
Empaludismum Mensalônico: Apesar de ser uma patologia recém descoberta, experimentos realizados com parlamentares acometidos da moléstia, demonstram que o medicamento opera milagres nessa área. Em alguns casos o paciente, após tomar o medicamento, via glúteo, apresentou tendência a caridade e devolveu toda a gordura acumulada ilicitamente.
Contra Indicação
É contra indicado para cidadãos honestos e eleitores conscientes, pois pode causar erupções cutâneas e um atordoamento mental, seguido de depressão pós eleitoral.
Efeitos Colaterais e Coeleitorais
Distúrbios líquidos: O medicamento pode apresentar alterações no balanço líquido do paciente, que tendo retenção de novos aportes de “benefícios” pode em poucos dias apresentar insuficiência monetária crônica, podendo levar a falência total dos órgãos, membros e conta bancária.
Neurológicos: Convulsões, confusões, aumento de pressão popular, vertigens, cefaléia e distúrbios mentais, podem ser provocados pela supressão abrupta do Corruptio papagalli do sangue do paciente contaminado.
Dermatológicos: Erupções cutâneas podem surgir nas primeiras semanas, causadas pela desintoxicação dos vasos linfáticos, abarrotados de propinase e infecções de ACMES (Antonio Carlos Magalhães E Similares).
Oftálmicos: Alguns políticos de alto escalão podem apresentar uma momentânea cegueira, não conseguindo mais distinguir com precisão o que é certo e errado. Também experimentam uma imbecilidade mental momentânea e ficam repetindo (devido à ação da mutação papagalli cegale do vírus) frases desconexas, tais como: “Eu não sabia! Eu não sabia! Eu não sabia!” Mas esse efeito colateral, segundo pesquisas do IBOPE, só acometem 1 em cada 180 milhões de brasileiros, e somente àqueles que usam faixas comprimindo a região torácica. Neste caso o medicamento deve ser suspenso imediatamente, pois nenhum efeito benéfico causará ao paciente.
Cardiovasculares: O coração do paciente pode crescer de tamanho e até mesmo ganhar características solidárias e filantrópicas. Mas esse efeito somente ocorre no paciente portador de coração, caso raro no portador crônico de Corruptio papagalli.
Sanguíneas: Caso o paciente esteja envolvido em operações vampirescas, ou pertença ao mesmo filo das sanguessugas, poderá ocorrer coagulação do sangue nas veias com eventual morte do infectado. No primeiro sinal de inchaço das veias (prova da coagulação intravenosa) uma ambulância superfaturada deve ser acionada imediatamente. Nos pacientes sem sangue nas veias, ou com sangue de barata (fato comum na espécie) nenhuma reação adversa ocorre.
Posologia
Políticos e funcionários públicos infectados: Uma dose única de 1000 ml deve ser aplicada com seringa descartável, via glúteo, tomando o cuidado de imobilizar o paciente com cordas, correntes, algemas ou qualquer artefato que mantenha a área da aplicação completamente imóvel. Todo cuidado é necessário, pois o infectado pelo Corruptio papagalli se rebela naturalmente em receber o tratamento. A seringa deve ser incinerada, imediatamente após a aplicação, sobre o risco de propagar a doença através do sangue contaminado.
Cidadãos comuns: Uma dose de 10 ml diária, aplicada na cabeça do paciente, demonstrou criar uma imunização à forma passiva e ativa da doença. O paciente que segue corretamente esse tratamento também consegue reconhecer um Infectado pela enfermidade, pela simples analise do discurso do mesmo. Estudos comprovam que a utilização de baixas doses do medicamento realça a capacidade intelectual do cidadão, que apresenta lucidez votiva, principalmente durante os períodos eletivos.
Ação do Medicamento
Em políticos: O medicamento age diretamente no cérebro do infectado que durante os primeiros dias ainda consegue segurar notas e cheques de terceiros. Após alguns dias a proteína do PUBL-171 espalha-se por todo o corpo, acumulando-se com maior volume nas extremidades dos membros, principalmente mãos. O paciente sente necessidade de lavar a mão de hora em hora e de conferir o interior da cueca de minuto em minuto. Neste período ainda é possível falar ao telefone, tramar, delegar e conferir acordos estabelecidos antes do inicio do tratamento. Após o primeiro mês da inoculação Antipropinálica o paciente começa a rejeitar sua própria imagem, evitando encarar espelhos, eleitores e sua própria consciência. No auge da ação do medicamento, que pode ocorrer após meses (em alguns casos anos) o infectado não conseguirá mais segurar dinheiro de origem incerta. A partir dessa fase a simples menção das palavras: comissão, Lobby, por fora, molhada, propina, agrado, cafezinho, entre outras, causarão convulsões violentas seguidas de espasmos estomacais, Vômito e rigidez dos membros. O Paciente então se torna sensível a visão de maletas pretas, dólares e Notas Fiscais frias. Está concluída a ação do medicamento e manifestada a cura.
Nos demais pacientes: O Antipropina age em pessoas comuns diretamente no intelecto. Após a absorção do medicamento o cidadão comum toma consciência de que qualquer pequena corrupção, passiva ou ativa, tende a destruir o convívio social saudável.
Superdosagem
São raros os casos de superdosagem, mas os poucos pacientes que experimentaram mais de duas doses glúteas do medicamento começaram a dilacerar numerário e peças íntimas masculinas.
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA E JURÍDICA
Reg.M.S. nº 171.171.171
Farm. Resp.: Dra. Esper Tassia Silva & Dr. H. Romeu Brasil
EMS – Empresa de Medicamentos Superfaturados Ltda.
Rua Exploradores da Pátria, 171.
Brasília - DF
Este medicamento têm acréscimo de 20% de comissão.
Não pode ser vendido junto com Nota Fiscal.
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Carlos Henrique Ferreira Costa