Chamou o UBER para facilitar a chegada até a casa. Digitou o endereço e ficou aguardando a apresentação das opções. Enquanto o aplicativo carregava, se manteve parada diante de uma construção de um prédio. De cima, escutava as investidas dos trabalhadores que pareciam em horário de descanso, já sem graça, resolveu atravessar a rua quando um dispara: "Você ainda vai tropeçar no seu orgulho e cair aos meus pés. Está pensando que é paquita do Xou da Xuxa?". E numa reação quase que imediata olhou pra trás para emitir um olhar de desaprovação para o falante operário quando torceu o pé na sua anabella branca e caiu sobre o asfalto recém reformado. A sandália arrebentou e teve que carregá-la nas mãos. Descalso e já em estado de raíva atravessu a rua e ficou aguardando. De lá o operário gritou: "O sapato não serviu na cinderela", ela era a golpista. Ela pegou a sandália mirou o operário e com uma força tirada do ódio tiçou aquela arma que pela gravidade, voltou e caiu sobre a sua cabeça. O UBER chegou, ela entrou no carro e o motorista brincou para quebrar o gelo: Bom dia, moça. Perdeu o sapatinho de cristal, cinderela?