Leonelmessianologia

Pergunte-se para um fã do Leonel Messi, ou para um fã de futebol: “O Leonel Messi é um bom jogador de futebol?”, e ele responderá: “Ele é ótimo". E faça-se a mesma pergunta pra mim, um brasileiro besta-quadrada metido à intelectual, e eu direi: “Nesta pergunta há uma ambigüidade semântica. À pergunta não se pode responder sem se considerar o estatuto ontológico do ser-em-si configurado na espécie humana do ser Leonel Messi, consoante às suas habilidades motoras e às suas faculdades anímicas do logos que a ele, Leonel Messi, são inerentes, e a epistemologia do futebol. A ambigüidade semântica consiste no duplo significado da palavra bom, pois bom tem duas acepções as quais, é presumível, qualquer pessoa ao ouvir tal pergunta pensou: Bom sinônimo de bondade, e bom sinônimo de habilidoso, ser provido de talento para desempenhar com desenvoltura as suas tarefas, que, no caso em questão, Leonel Messi, resumem-se, nos campos de futebol, ao exercício de eficiente movimentação e destreza na aplicação de seus talentos exclusivamente associados ao esporte no Brasil denominado futebol. Neste caso, deixando de lado o entendimento de bom como sinônimo de bondade, atendo-me, exclusivamente, à execução, pelo Leonel Messi, das suas atividades futebolísticas, obrigo-me a considerar, não apenas a coisa-em-si, isto é, a habilidade futebolística do argentino indigitado, mas o ser-em-si, Leonel Messi, consoante a onticidade do ser-em-si e da heceidade da coisa-em-si do ser-para-si e do ser-para-os-outros, para obtermos, com o uso do raciocínio e da psicologia, o logos apofântico do devir do vir-a-ser. Cronos, o tempo, não nos permitiria, no espaço de tempo de uma vida, a gnose axiológica do arquê do ser-em-si, Leonel Messi, pois sua, dele, Leonel Messi, quididade, implica numa acatalepsia, e faz-me necessário chegar à ataraxia para conhecer o nôus das homeomerias do logos ôntico do ser-em-si leonelmessiano. O Leonel Messi ontológico não está em si, em seu ser-em-si, está para a coisa-em-si de uma enteléquia da arquê do ápeiron. O ser-em-si de Leonel Messi é um ser-para-si-e-para-os-outros, ou, melhor é dizer, um ser-para-si e um ser-para-os-outros, um ser-para-si porque ele possui uma finalidade, a de obter a satisfação do Anankê do ser-em-si do seu logos, e um ser-para-os-outros porque, em sua atividade futebolística, há uma teleologia do demonstrar-de-si-para-os-outros, isto é, apresentar para o público, do seu ser-em-si, a coisa-em-si, isto é, a destreza futebolística. E aqui convergem o anankê de Leonel Messi, o exibir de si o ser-em-si para os outros e o dos outros, que compartilham com o Leonel Messi, tanto o ser-em-si dele como o ser-para-os-outros, sendo que o ser-para-os-outros é o ser-em-si no devir do vir-a-ser que já veio.

Resume-se em Leonel Messi, em seu ontos, o desejo, para chegar à ataraxia, a sua e a dos outros, de compartilhar seus atributos, exibindo-os no desempenho de sua atividade profissional lúdica, sua coisa-em-si, de si para os outros e para o Darci, a Dercy e o Saci. É o Leonel Messi teleológico um amálgama de partículas do logos universal das coisas-em-si que lhe precedem de milênios e encontram-se no eidos noético. Suas habilidades são, em última análise, uma herança, em lato essência, das habilidades da espécie, não pertencendo, portanto, ao logos dele, Leonel Messi, ao ser-em-si dele, a ele atribuídas, mas as habilidades, coisas-em-si, que ao Leonel Messi não pertencem, não lhe são imanentes, são, ontologicamente falando, atributos, que não lhe pertencem, são coisas-em-si-a-ele-emprestadas por uma coletividade, que se resume à quididade da espécie humana, portanto, não cabem ao Leonel Messi, os elogios para o que ele, Leonel Messi, o ser-em-si, realiza, pois o mérito não é dele, é do ser-em-si coletivo; não é produto das habilidades dele, mas das habilidades do logos universal da espécie humana. Leonel Messi, portanto, não é um bom, sinônimo de habilidoso e talentoso, jogador de futebol; a espécie humana é, e é fácil chegar à esta conclusão: Nenhuma espécie de seres vivos que não a humana joga futebol. E é esta minha peroração axiomática.”

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 20/04/2019
Reeditado em 20/04/2019
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