Não endurece...?
O garoto chegou da escola angustiado. Passara todo o dia pensando na saúde do pai, que esperava se recompusesse logo, ainda no correr do dia.
E ao chegar, encontrando o pai, um político influente, reunido com meia dúzia de correligionários em sua sala de visitas, o menino, de sete anos, embora bem educado, mal saudou os presentes e peguntou, ansioso ao pai:
- Papai, o senhor já melhorou da diarréia?
Atônito, o pai passou ali mesmo um dura compostura no filho:
- Quê isso menino! Como é que ousa fazer uma pergunta tão sem-sentido e tão inapropriada como essa? E sem nem ao menos saudar de maneira polida e urbana os meus distintos visitantes, o senhor Desembargador, o senhor Bispo, o senhor Prefeito de nossa cidade, além da senhora Inspetora da Receita Federal, e da senhora Presidente do Conselho de Diretores Logistas...que falta de respeito, usando uma linguagem tão vulgar ademais...? Vai já para o seu quarto e hoje você está impedido de assistir ao BBB!
Visivelmente abalado, o filho pede desculpa ao severo pai e aos presentes, mas não deixa de reiterar de forma altiva e filial, a sua inquietação:
- Ô pai, eu passei a noite de ontem e todo o dia de hoje deveras preocupado com a sua saúde...pois ontem ainda, assim que desliguei a tv e fui para o meu quarto eu ouvi mamãe falando alto, em tom de desconsolo o seguinte:
- Pô, Inácio, eu já fiz tudo o que é possível, e até paguei promessa e apesar de ir de prece em prece, essa sua bosta não endurece...!