OS BURACOS DA MEMÓRIA

“Aos destituídos de Senso”

- Não me recordo, não me recordo!

Resposta típica de alguém

Questionado, com pundonor,

Sobre atitudes de vai-e-vem.

Não há terra ou país como este

Em que os “potentados”, à priori

Frente à verdade, fiquem a leste:

- Não me recordo, não me recordo!

Há projectos que são comuns

Assumidos, como convém,

Responsáveis, quase nenhuns…

Resposta típica de alguém.

Se algo, porém, ocorre mal

Há que saber se o seu autor

É responsável, e como tal

Questionado, com pundonor.

Estranhe-se, pois, a frieza

Com gestos e olhares de desdém,

Descartando-se com subtileza

Sobre atitudes de vai-e-vem.

Pergunta o ingénuo cidadão,

Perante esta questão inglória,

Como é possível ter-se galardão

E tantos buracos de memória?

Aos destituídos de Senso

Solicita-se se podem dizer

Qual será o melhor consenso

Pra segurarem o seu poder…

Pois é, assim vão os da Ginjeira

Que nunca assumem a factura…

Aplicam logo, sem tremedeira,

Uma no cravo, outra na ferradura!

Frassino Machado

In ODIRONIAS

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 28/03/2019
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