Do sequestro
Há certas ações humanas que são de difícil compreensão. Uma delas é a de sequestrar. Por que uma pessoa sequestra outra, se, não tendo o desejo de conservá-la consigo, depois, no desejo de se ver dela livre, predispõe-se a restituí-la a família dela!? E pior!, para efetuar a restituição, exige um valor de resgate. Ora, se não tem o desejo de mantê-la em sua posse, que não a sequestre; e depois, arrependida de haver incorrido num ato impensado e inconsequente, querer dela livrar-se que dela se livre de livre e espontânea vontade, e sem estipular um valor de resgate, valor este que, quase sempre, a família da pessoa sequestrada não está disposta a pagar, ou está além do alcance das posses dela; se é assim, cabe aos sequestradores, então, no desejo de livrar-se de sua vítima, ao invés de exigir um resgate para restituí-la ao seio da família, oferecer à família uma boa soma em dinheiro, oferta, esta, irrecusável.