Passando a borracha...?
O ônibus intermunicipal inicia sua jornada para percorrer mais de 300 kms...Lotado, inclusíve com passageiros em pé...dentre os passageiros, uma senhora com suas dez crianças, de tenra e terna idade, todos assentadinhos e já sonolentos...E entre os passageiros de pé, um senhor, já de avançada idade, usando uma prótese de madeira, semelhante aquela do pirata da perna-de-pau.
Como a estrada é sinuosa, cheia de buracos e apenas cascalhada, o motorista não tem como evitar umas súbitas freadas, e arrancadas...E a cada travada, ou mudança de marcha, invariavelmente o contato do perneta com o piso metálico do veículo fazia aquele toc-toc, que alguém que buscava equilibrar-se...e a meninada, ao ruído, assustada, despertava e demonstrava, verbalmente, todo o seu desconforto...
Até um ponto em que a zelosa progenitora, vira-se para o infeliz equilibrista e lhe passa uma compostura:
- O senhor não acha que em nome da ordem e do silêncio, não devia ter colocado uma singela borrachinha na ponta dessa prótese para deixar meus meninos na paz que merecem...?
Ao que o indigitado responde, no mesmo tom:
- E a senhora não crê que se tivesse botado uma borrachinha ainda mais fina e transparente entre o seu aparelho reprodutivo e o penetrativo de seu marido, não poderíamos estar todos nós confortavelmente sentados, e sem ouvir esse coro infernal de seus pimpolhos?