Minha desventura pela cidade sem wi-fi

Acordei nesta segunda-feira sem disposição de ir a lugar algum. Porém, eu tive que aproveitar o meu dia de folga pra marcar uma consulta com o cirurgião que faz a bariátrica e tem convênio com o meu plano de saúde. Saí de casa às 9:00 da manhã. Fui ao local indicado e marquei para o mesmo dia às 16:00. Já que eu estava no centro da cidade mesmo e com o meu quase inseparável notebook na mochila, fui ao Teresópolis Shopping, na loja de doces e tortas, porque a loja tem Wi-Fi. Eu comi uma tortinha (por um preço absurdo) com a intenção de usar o sinal de Wi-Fi o dia inteiro. O sinal apareceu com um ícone de alerta dizendo que é limitado, digitei senha, conectei e a conexão ficou como “Limitada”. Abri o navegador e tentei acessar uma pagina qualquer, mas dei de cara com a mensagem: “Página não encontrada”. Ao ver que o sinal da tal loja é falso, fiquei com tanta raiva que abandonei a lata de refrigerante pela metade, paguei pelo lanche e fui com a minha motoca até a feirinha do alto, que embora esteja fechada em dias de semana, eu sempre ouvi dizer que ali tem sinal aberto de Wi-Fi direto.

Chegando ali, encontrei alguns amigos, conversei um pouco e entrei no Shopping Comary, onde meus amigos disseram que tinha sinal de Wi-Fi aberto. Entrei no 1º piso e encontrei os sinais de várias lojas fechadas, todos chaveados. Encontrei também o da feirinha e o do Shopping abertos, porém com o mesmo problema: Os sinais apareciam como “Limitados” e não permitiam a abertura de páginas da internet. Fui ao 2º piso e vi uma lanchonete aberta no meio de várias lojas fechadas. Sentei à uma mesa e vi o sinal da lanchonete quase cheio. Pedi uma rabanada e um refrigerante de latinha. Pedi a senha do Wi-Fi e a atendente disse que era pra eu usar o Wi-Fi do Shopping, afinal é pra isso que o sinal do Shopping estava aberto (porém bloqueado). Devorei aquela rabanada e subi para o terceiro nível. Aquela rabanada me deu dor de barriga de tão grande que foi a cara-de-pau da atendente ao me negar a senha do Wi-Fi da lanchonete, afinal eu era um cliente. Assim que cheguei no final da escada que dá acesso ao terceiro piso, perguntei a um senhor onde fica o banheiro, ele apontou para o cantinho e disse:

- É ali, ó.

Corri pro banheiro e me aliviei. Ao sair do banheiro, eu vi que a única loja aberta era um restaurante self-service. Como já era meio dia, resolvi que aquele poderia ser o lugar perfeito pra eu almoçar. Fui logo perguntando se tinha Wi-Fi. A atendente (que parecia ser a dona) disse que sim. Fiz um pratinho mixuruca e quando perguntei a senha, ela me disse:

- Não sei, moço. Os moços do parque (que estava fechado) é que sabem.

Só de raiva abri o notebook, conferi que o sinal do restaurante pegava cheio, entre os sinais de outras lojas, que embora estivessem fechadas, os aparelhos de Wi-Fi estavam ligados. Comi, paguei e perguntei de novo:

- A Senhora tem certeza que não sabe a senha?

Ela disse com um sorriso espertalhão:

- Ih, moço. Eu nem tenho tempo de mexer nessas coisas.

Desci as escadas feito um foguete! Peguei minha motoca e ia pra casa. Quando entrei na Rua Tenente Luis Meirelles, lembrei de que eu tinha ouvido dizer que na Rodoviária tinha um sinal de Wi-Fi aberto ao público. Fui à Rodoviária e perguntei a dois motoristas de ônibus que estavam conversando:

- Por favor, só uma informação, é verdade que aqui na Rodoviária tem Wi-Fi?

- É verdade, tem um sinal aberto ao público sim.

Fui todo empolgado a um restaurante que tem ali e me sentei a uma das mesas. Abri o notebook e o sinal da Rodoviária apareceu como “Limitado” (Vou pegar nojo dessa palavra, eu juro!). Aí, pra aliviar o stress, já que o notebook estava aberto mesmo, pedi um suco natural e resolvi escrever esta minha desventura, para depois publicar na internet através do meu mini-modem de operadora de celular.

Eduard de Bruyn
Enviado por Eduard de Bruyn em 21/01/2019
Reeditado em 21/01/2019
Código do texto: T6555970
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